Mostrar mensagens com a etiqueta Lagos (Lagoa Azul). Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Lagos (Lagoa Azul). Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lagoa Azul: trouble in paradise


A beleza plácida e paradisíaca da Lagoa Azul – quando vazia dos inúmeros turistas ou simples curiosos, dos pares românticos ou ocasionais, dos aprendizes de vudu e do lixo que quase todos deixam – foi perturbada pelo recente mau tempo.


Dois grandes e belos pinheiros precipitaram-se no solo quando as terras empapadas em água se tornaram incapazes de os segurar. Um logo à entrada, naquela espécie de hall ou terreiro pouco paradisíaco e o outro, o tridente (com os seus três troncos que cresceram a partir da base e que os cozinheiros que se querem na moda apelidariam, provavelmente, de trilogia de pinus), na margem privilegiada, de frente para a Cruz Alta da Penha Longa.


Caídos, eles recordam-nos o que habitualmente gostamos de esquecer: não há paraísos imperturbáveis; o que, se calhar, apenas quer dizer que não há paraísos – a não ser, claro, os irremediavelmente perdidos. Mesmo que, à pequena escala e grande perfeição da Lagoa Azul da Serra de Sintra, quase acreditemos no contrário. Sobretudo agora que o som da cascata e dos múltiplos ribeiros e riachos ecoa pelas margens da lagoa – e que desaparecerá com o fim deste perturbado Inverno.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Lagoa Azul: a visão da cascata


Que bela é a Lagoa Azul – referimo-nos, claro, à da Serra de Sintra, não à de Champagne Bay, na República de Vanuatu, que, à mistura com pedaços da Jamaica e das Ilhas Fiji, serviu de cenário ao filme The Blue Lagoon, de 1980, e que, para o mal ou para o bem, atormentou a puberdade e adolescência de muitos de nós. A bela Lagoa Azul de Sintra não tem nem a Brooke Shields nem o Christopher Atkins – embora raros sejam os dias que não tragam até às suas margens candidatos à perpetuação da sua memória e legado, dispostos, para isso, a realizarem verdadeiros castings on location.

Mas a bela Lagoa Azul de Sintra tem agora uma espécie de cascata, trazida pelas chuvas quase intermináveis deste Inverno. Para a ver em todo o seu esplendor é necessário descer um caminho íngreme e escorregadio que, barranco abaixo e lado a lado com a estrada, leva-nos até à base do paredão que segura e retém até ao limite as águas que escorrem da serra. Aí, vários metros abaixo da superfície da lagoa, das suas margens densamente arborizadas, dos seus nevoeiros e da família de patos que tranquilamente vive a sua condição de estrelas oficiais deste cenário quase paradisíaco – e que muito têm visto ao longo das suas vidas – podemos reforçar a nossa quase crença de termos penetrado num outro território e viajado para uma outra latitude.