domingo, 30 de agosto de 2009

Quarenta anos


Este mundo (e este blogue) divide-se entre os incondicionais da Primavera-Verão e os apaixonados pelo Outono. Pois bem, a segunda metade de Agosto é uma época alarmante para os primeiros e cheia de excitação para os segundos. Bem pode apertar o calor e a cidade continuar vazia de nativos e transbordar de turistas. Não bastava a evidência dos crepúsculos a apressarem-se, o chão também se vai cobrindo de folhas que parecem outonais, mesmo que as árvores sejam ainda árvores de Verão, com um ou outro traço dourado que tentam disfarçar.

Ainda temos muitos bons dias pela frente – com sorte, bem por Novembro dentro – mas estas folhas caídas garantem-nos que são dias contados e que os dias de Inverno acabarão por chegar. São dias que as pessoas de juízo não desperdiçam e que fazem da segunda metade de Agosto os quarenta anos do ano.

Se os serviços municipais de limpeza tiverem a gentileza de desleixar um pouco o seu trabalho, muitas ruas e caminhos de Sintra já podem exibir estes amarelos velhos sob as tílias, estes cobres sob os plátanos e estas duplas faces cremosas encarnadas sob os áceres.




Por fim, farta de melancolia, abordou-nos uma gata segura da sua superioridade face a quaisquer detritos de tília, fazendo justiça ao exibicionismo da sua espécie e exigindo ser admirada no mundo virtual.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A amena e horrenda floresta celestial (Festa em Rambouillet)


Jean-Honoré Fragonard (1732-1806), Festa em Rambouillet (ou A Ilha do Amor), c.1775. Óleo sobre tela, 71 x 90 cm. Lisboa, Museu Gulbenkian.

No Parque da Pena não há rios com cascatas, nem há gôndolas, mas há estranhas árvores retorcidas e uma densa, inquietante e encantatória floresta. Há também pequenos lagos, miradouros caprichosos e caminhos tortuosos que se perdem no misterioso verde. Há pessoas felizes a deambular, mesmo que já não haja festas. Mas, sabemos nós, volta não volta, há pequenos festins ou, simplesmente, grandes piqueniques. Por exemplo, nas margens do Lago de Cascais.

O amor oitocentista – que perdura até hoje – pelos bosques e, em geral, pela natureza selvagem, sobretudo a que é humanamente criada, que esteve na origem do frondoso Parque da Pena, nasceu no século XVIII. Como nasceu, de forma mais ampla, o conceito que lhe está subjacente de espaço atmosférico: um espaço ambíguo, despojado de referências arquitectónicas e vazio de linhas rectas perspécticas e que, em muitos aspectos, parece feito da mesma matéria, dúctil e informe, do ar e das nuvens. É o espaço que vemos, por exemplo, na Festa em Ramboillet (ou A Ilha do Amor), pintada por Jean-Honoré Fragonard (1732-1806) por volta de 1775, comprada em 1928 por Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955) e hoje exposta no Museu Gulbenkian. Ou, com o mesmo tema e directamente relacionado com esta obra, no mais famoso guache de Fragonard – actualmente numa colecção americana.

Jean-Honoré Fragonard (1732-1806), Festa em Rambouillet (ou A Ilha do Amor), c.1775. Guache sobre papel, 26,7 x 35,6 cm. Nova Iorque, Colecção John W. Strauss.

Não temos a certeza de se tratar do Parque de Rambouillet, cedido em 1783 a Luís XVI; pode ser o de Chantilly ou o do Castelo de Cassan, afiançam alguns investigadores (o título é do século XIX). Verdadeiramente, não será (nem nunca foi) nenhum em particular: inventado por Fragonard, ele é o fascinante produto da sua imaginação e a paisagem a personagem principal de um mundo no qual as figuras e os adereços da festa constituem meros figurantes. Este mundo luxuriante, simultaneamente fascinante e assustador, assemelha-se, como num sonho, a um lugar onde a identidade dos elementos parece pronta a estranhas transmutações e onde são frágeis as fronteiras entre os domínios terreno e aéreo. De facto, as frondosas árvores que constituem o cerne de toda a composição e a ocupam quase totalmente, rapidamente poderão ser tomadas por nuvens escuras e ameaçadoras e a árvore despida e ziguezagueante, próxima do centro da pintura, como um relâmpago que irrompe do seio daquelas e atinge furiosamente o mundo inferior.

Por tudo isto, a Festa em Ramboillet reflecte, de forma clara, uma importante transformação na cultura europeia na viragem do século XVIII para o XIX: anuncia o novo e moderno prazer pelo que é ambíguo, indeterminado e, por isso, subjectivo. Reflecte essa “atmosferização” de toda a natureza, que deixa de ser vista como um enigma a estudar, a compreender e a solucionar para se tornar, sobretudo, uma fonte de inquietante prazer, capaz de excitar a alma e arrepiar o corpo, um mistério empolgante e uma jubilosa ameaça, face à qual, como nas figuras de Fragonard, a escala humana é desproporcionadamente pequena. O pintor cria assim um território que sendo, simultânea e ambiguamente, um locus amoenus e um locus horrendus é, acima de tudo, um lugar de intensa paixão.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Um caso de amor


Na vertente que cai de Santa Eufémia para São Pedro, a estrada estreita que até há pouco tempo era o único acesso viário à antiga Pousada da Juventude mantém um aspecto selvagem que vai desaparecendo destes lados da Serra. Foi sem dúvida o ambiente solto que se vive nestas paragens orientais que permitiu que ramagens de carvalho e de castanheiro (um castanheiro já de frutos bem visíveis!) se tenham cruzado e vivam hoje um entrelaçado caso de amor. Tudo isto se passa com a cumplicidade protectora do tronco respeitável de um pinheiro e oferece-se à vista de quem quer que passe nessa estrada ainda por domesticar. Dizem-nos que é um caso perfeitamente vulgar em locais como este.

sábado, 22 de agosto de 2009

Nocturno

António Passaporte (1901-1983). Palácio Nacional de Sintra. Negativo de gelatina e prata em vidro, 10 x 15 cm. Lisboa, Arquivo Municipal de Lisboa.

No âmbito da iniciativa Quintas à Noite nos Museus, na próxima quinta-feira, dia 27, o Palácio Nacional de Sintra – vulgarmente conhecido por Palácio da Vila – estará aberto até à meia-noite. Apesar das pessoas de bom senso saberem que se deve manter a maior distância dos monumentos sintrenses durante o mês de Agosto, esta é, no entanto, uma excelente oportunidade para ter uma rara experiência crepuscular nas salas, pátios ou jardins do antigo paço real. E, qual Cinderela, abandoná-lo rapidamente às doze badaladas – não sem antes dar uma última olhadela aos cisnes que dão nome à famosa sala.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Beijo em despedida


Nascemos com apenas um mês de diferença: hoje despedimo-nos do Beijo da Terra, reproduzindo a sua última imagem e o poema que sempre o acompanhou. Que renasça depressa.


EM SINTRA

As águas maravilham-se entre os lábios
e a fala, rápidos
em Sintra espelhos surgem como pássaros,
a luz de que se erguem acontece às águas,
à flor da fala
divide os lábios e a ternura. Da linguagem
rebentam folhas duma cor incómoda, as de que
maravilhado de água surges entre
livros, algum crime, um
menino a dissolver-se ou dele os lábios e ergues
equívoca a luz depois. Rápidos
espelhos então cercam-te explodindo os pássaros.

Luís Miguel Nava, Películas,1979

Exército de sequóias


Há umas treze décadas que cresce em silêncio um exército alinhado de sequóias – um pequeno exército de apenas meia centena – tão próximas umas das outras que, se os seus troncos se alargassem até à dimensão máxima que nesta espécie é possível atingir, acabariam por formar uma massa una e compacta em menos de alguns pares de séculos. Para já, são apenas pequenas sequóias infantis. Se a sua longevidade fosse reduzida para proporções humanas (2000 para 80), podíamos dizer que estas sequóias podiam agora começar a aprender a ler.

Com os cortes no Parque, este exército de crianças gigantes ficou muito mais exposto, em particular para quem desça da Cruz Alta para o Lago de Cascais, onde guardam precisamente o início dessa encosta. Não é possível perdê-las: estão vestidas de armaduras rugosas avermelhadas, algumas guarnecidas de musgos e heras, e armadas de troncos nus nos níveis mais baixos, retorcidos ou espetados no ar, para protecção dos amantes deste lugar.




domingo, 16 de agosto de 2009

A Invenção de Sintra (II)


A invenção de Sintra que testemunhamos em Cinco Artistas em Sintra não foi nem repentina nem, para João Cristino da Silva, trabalho de uma só obra. Ao longo das suas últimas duas décadas de vida, o artista pintou a Serra e a Pena inúmeras vezes, tornando Sintra o seu motivo favorito e, desse modo, pela primeira vez, um tema privilegiado da pintura.

João Cristino da Silva (1829-1877). Paisagem, c.1876. Óleo sobre tela, 46 x 34 cm. Sintra, Palácio Nacional da Pena.

A maioria dessas obras encontra-se em colecções privadas. Algumas em colecções públicas. É o caso da Paisagem que representa o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros e os rochedos e penhascos da Serra e que terá sido a sua última pintura antes do mergulho definitivo na loucura que, em 1877, o conduzirá à morte. Adquirida por D. Fernando, encontra-se ainda hoje na posse do Palácio Nacional da Pena.

João Cristino da Silva (1829-1877). Serra de Sintra, c.1855-57.
Óleo sobre tela, 32,5 x 45 cm. Sintra, ex-Museu Regional de Sintra.


João Cristino da Silva (1829-1877). Estrada da Pena, c.1855-57.
Óleo sobre tela, 36 x 49 cm. Sintra, ex-Museu Regional de Sintra.

Públicas são também duas outras pequenas obras datáveis do período de Cinco Artistas em Sintra e que pertencem à Câmara Municipal de Sintra, tendo integrado o espólio do Museu Regional de Sintra. Acontece que este museu foi recentemente extinto e a sua colecção que, tanto quanto nos lembramos, integra ainda obras de Alfredo Keil (1850-1907), António Carneiro (1872-1930) e Mily Possoz (1888-1967), para dar apenas três exemplos, está guardada – não sabemos onde nem em que condições – longe do olhar do público. À invisibilidade ideológica das obras do Museu do Chiado junta-se, assim, a invisibilidade incompreensível das do ex-museu sintrense. A invenção pictórica de Sintra é hoje, sobretudo, um acontecimento para desfrute privado ou simplesmente virtual.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A Invenção de Sintra (I)


João Cristino da Silva (1829-1877). Cinco Artistas em Sintra, 1855 (detalhe)
(foto em MatrizPix).


João Cristino da Silva (1829-1877). Cinco Artistas em Sintra, 1855. Óleo sobre tela, 86,3 x 128, 8 cm. Lisboa, Museu do Chiado / Museu Nacional de Arte Contemporânea.

Em 1855, João Cristino da Silva (1829-1877) pintou Cinco Artistas em Sintra, uma das primeiras e talvez a mais paradigmática pintura romântica portuguesa. Nela vemos retratados, além do próprio pintor, os seus companheiros de geração e de ideário estético: à esquerda, os pintores Tomás da Anunciação (sentado) e Francisco Augusto Metrass (em pé, atrás dele); à direita, o escultor Vítor Bastos, seguido de Cristino da Silva e, sentado no chão, José Rodrigues. Mas, além dos cinco artistas (munidos de telas, blocos, lápis e pincéis), dos camponeses curiosos que os rodeiam (com os seus trajes saloios) e dos rochedos em que se situam, vemos ainda, ao longe e à esquerda, o Palácio da Pena – terminado poucos anos antes. Mas vemos também uma enevoada mas ainda despida Serra de Sintra. A pintura, destinada à Exposição Internacional de Paris, seria comprada pelo próprio D. Fernando, não apenas o inspirador indirecto da obra mas também o directo responsável pela fama alcançada de imediato pelo artista e, mais importante, o sistemático mecenas e impulsionador da tardia geração de artistas românticos portugueses.

A pintura de Cristino é um retrato de grupo, uma declaração de amizade, uma afirmação geracional e um manifesto estético. A Pena e a serra de Sintra, onde tudo se passa, são aqui tornadas símbolos de um novo gosto e, sobretudo, de um novo conceito de paisagem: vemos não apenas um lugar mas assistimos à construção de um território visualmente diferenciado, em parte real em parte imaginado, pictórico e pintoresco, cenográfico e idealizado, e, acima de tudo, emotivo. Não foi a primeira vez que Sintra, a Serra e a Pena foram representadas; mas foi, provavelmente, a primeira vez que, na pintura, se contribuiu activamente para a invenção moderna de Sintra – aquilo que na literatura, na arquitectura, na jardinagem vinha a ser feito desde o final do século XVIII.

A pintura pertence ao espólio do Museu do Chiado, integrando a maior e a mais importante colecção de arte portuguesa de meados do século XIX até ao início do século XX. Porém, tal como as outras obras desta colecção, não pode ser vista. Guardada permanentemente nas reservas ela testemunha hoje a estranha vontade deste museu em não ser o que deve e o equívoco de pretender ser outra coisa, para a qual não tem nem obras nem meios – um museu de arte contemporânea. Basta compará-lo com a Fundação de Serralves, o Museu Berardo ou o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian. Aparentemente, ressuscitar o original (e já na altura equívoco) nome de Museu Nacional de Arte Contemporânea serviu recentemente para sossegar algumas consciências e legitimar a discutível opção.

Impossibilitados de ver a obra, podemos, pelo menos, ver um seu estudo, apropriadamente exposto numa das salas do Palácio da Pena, cuja construção foi tão determinante não apenas para a realização da pintura mas, sobretudo, para a invenção de Sintra como paisagem romântica.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Morcegos, morcegos

Imagem em Wikipedia

Quis o acaso que, após o Nosferatu, tivéssemos deparado com esta inspirada fotografia, no Beijo da Terra, sobre morcegos. Sublinha a notícia do Diário Digital onde, por sua vez, se relata a descoberta de uma colónia rara destes animais de nome eufónico numa mina de água da Regaleira. Há já algum tempo que procurávamos uma maneira de referir uma das estranhezas do princípio das noites de Verão. Temo-la encontrado em lugares pouco iluminados, no sopé da Calçada da Pena, por exemplo, ou entre o Miradouro da Vigia e o Caminho da Alba Longa, mas é decerto comum em milhares de outros lugares. O crepúsculo acorda estes voadores desvairados de expressão curiosa (ou assustadora) e lança-os em voo rasante sobre os caminhantes, dando por findo mais um passeio de fim de tarde.

Morcegos (do tipo assustador) foram o tema perfeito de dois poemas, inquietantes e algo sintrenses, que admiramos:

*

Não são as andorinhas, as que voltam
pois em Setembro desejam outros desejos.
Quando escurece a tarde já não amam
o enigma que em Junho contemplavam.

Esta dança de sombras é mais rápida,
em imperfeitos círculos e curvas.
Um voo alvoroçado ou insano,
o voo impiedoso dos morcegos.

*

O TÚNEL DA QUIMERA

Atravessar o túnel verde
onde se abriga o morcego
das feridas do dia.
Súbitos hiatos nas copas
tornam a estrada incerta.
Ora sombra ora lua,
um bosque rarefeito.
Pensar que ainda caminho
nos tempos da quimera,
não por estradas secas
mas por canais de ruído
das mil folhas silentes.
O morcego doendo-se
bem o vejo, tarde adiante
a perpassar sobre mim.
Os seus olhos são chagas
que não suportam a vida.


Fiama Hasse Pais Brandão,
Cenas Vivas

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nosferatu e os códigos de barras

Quem goste do ecrã demoníaco alemão dos anos 20, ou quem apenas tenha simpatias góticas, pode assistir aqui à projecção do Nosferatu, eine Symphonie des Grauens. O próprio vampiro foi surpreendido (ou podia ter sido, se resistisse à luz do sol) a apontar uma das etiquetas que de repente se propagaram pelas árvores do Parque da Pena.



O arquitecto da recuperação do Chalet da Condessa, que entusiasticamente nos descreveu algumas das acções em desenvolvimento no Parque, referiu entre elas a georreferenciação sistemática das suas árvores – ou seja, a sua localização em cartografia digital, associada a informação mais ou menos exaustiva sobre cada exemplar – que para este efeito passariam a estar identificadas por uma etiqueta com um código de barras. Poderá ser, ao que parece, um instrumento de gestão precioso.

Confirmando a tendência do bem e do mal para sempre se apresentarem de mãos dadas, o resultado visual e simbólico desta boa notícia deprime um pouco. Os seres vegetais gloriosos que povoam o nosso Parque transportam agora todos, presa ao tornozelo, a sua correia preta e o seu código de barras, reminiscentes das pulseiras dos condenados em prisão domiciliária. Nós próprios, num transporte pessimista, antevemos já a sugestão de um futuro distópico em que todos traremos gravadas as barras do nosso código, para nossa georreferenciação e para nosso bem. Ou um futuro de empobrecimento e um novo ciclo de abandono da Pena, transformada em acacial-pitosporal cerrado, no qual os restos da floresta passada se resumem a restos abandonados de correias e códigos de barras, difíceis de biodegradar.



Ou pelo contrário: a identificação é leve e pouco perturbadora, os benefícios de um conhecimento mais exaustivo vão tornar-se evidentes à medida que avance o controlo das invasoras e a reflorestação exemplar dos sectores degradados, e o Parque da Pena renascerá para uma nova época de glória. Podemos aguardar por uma ou outra coisa entretendo-nos com o Nosferatu oferecido pelo mundo virtual, um vampiro kitsch aprisionado pelo seu destino mesmo sem código de barras.

sábado, 8 de agosto de 2009

A Pena em hora de ponta


Como sabemos, há planos para espalhar parques de estacionamento pela Serra, abrindo espaços nas tapadas que envolvem a Pena, adquiridas – julgávamos – para seu enquadramento e protecção. Um desses espaços, na Tapada do Inhaca, foi preparado há poucos meses, encostado à Calçada, em frente da Casa da Lapa. Retirou-se toda a vegetação não arbórea, aplanou-se e compactou-se o chão, cobriu-se de lascas de madeira e abriram-se passagens nos muros de pedra. Podemos agora ver o que espera outras tapadas com áreas planas convenientes ao repouso automóvel:


Uns metros acima, já chegando à entrada principal da Pena, a Calçada é alargada e calcetada, não sabemos se para privilégio do estacionamento, se da circulação, se ambos:


Enfim, em plena hora de ponta de Agosto, é esta a visão misteriosa e mágica com que os portões da Pena nos acolhem:

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Casa da Lapa quase nova


As obras na Casa da Lapa (já aqui tínhamos referido o seu início) avançam rapidamente e, passo a passo, o edifício vai-se tornando acabado de construir. A recuperação é rigorosa e mantém, em grande parte, materiais de época, quer na estrutura, quer nos acabamentos – como também já afirmámos, as obras de recuperação de edifícios são as acções da Parques de Sintra mais unanimemente aplaudíveis, pelo que estamos na expectativa de aplaudir outra vez. Quanto ao anexo das traseiras, feito de novo, precisa de atingir uma fase mais avançada para um veredicto final.




segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Rainha Buganvília


No seu comentário à nossa última mensagem, a Emília Reis descreveu-nos uma outra buganvília que, em Sintra, deve realmente ser “A Buganvília”. Subindo do Largo Sousa Brandão para a Igreja de Santa Maria, já nos tínhamos apercebido dos ramos de buganvília no meio da selva que cai dos muros da semi-abandonada Quinta do Castanheiro. Mas agora tentámos vê-la por inteiro – tarefa impossível, pelo menos dos largos e arruamentos públicos em redor que a mantém escondida. A vista mais completa de Sua Majestade, ou em qualquer caso a mais próxima, parece-nos ser esta, um fragmento apenas possível num ponto exacto do canto mais extremo do Adro da Igreja (em primeiro plano, um braço de glicínia exibicionista que foi impossível evitar).

A Quinta está à venda (990.000, caso estejam interessados). Espero que os futuros donos as mereçam e saibam tratar delas – da Quinta e da Rainha que nela reina (porque outras casas próximas, recentemente compradas e remodeladas, viram os seus jardins destruídos e transformados em terreiros áridos – mas isso será talvez assunto de outra mensagem).