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terça-feira, 20 de julho de 2010

Descubra as Diferenças (II)



E agora a parte de cima da Tapada do Inhaca, a caminho do ponto mais alto da Calçada da Pena: a vista de Inverno e vista de Verão destes áceres-que-se-fazem-passar-por-plátanos e destes carvalhos robur. Não sabemos se nos inquieta mais o contraste dos seus esqueletos iluminados contra o azul e o verde do princípio do ano, ou a selva sombria de uns meses mais tarde. Ou talvez seja do nosso estado de espírito de hoje e este seja afinal um cenário perfeito para um piquenique ingénuo e inocente em qualquer época do ano.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Descubra as Diferenças (I)



Aqui está o mesmo fragmento da Tapada do Inhaca visto da Calçada da Pena, um pouco abaixo dos portões do Parque. Primeiro visto à luz crua de um dia do fim do Inverno, depois afogado em vida em pleno Verão. Descubra as diferenças e ganhe prémios!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Boas Vindas ao Trânsito na Serra


Tal como somos forçados a recordar cada vez que passamos na Calçada da Pena, foi aberto um parque de estacionamento na Tapada do Inhaca, à custa de corte de vegetação e de compactação de terrenos. Ao longo deste Inverno chuvoso, para nosso gáudio, o solo nu transformou-se num lamaçal intransponível, o acesso de veículos foi cortado e, por uns meses, pareceu que o antigo bosque poderia regressar.

Entretanto, a chegada da Primavera começa a afogar de novo a Serra em trânsito e nada leva a crer que a nossa Câmara Municipal dê conta de que tem alguma coisa a ver com o assunto. A Parques de Sintra, por seu lado, sempre velando pelo bem estar dos pagadores de bilhetes de entrada, decidiu voltar ao seu estacionamento inutilizado, munida de máquinas, rolos compressores e grandes telas brancas. Nos últimos dias têm-se atarefado a esmagar um pouco mais as raízes das árvores que sobrevivem, com o simpático intento de proporcionar um piso agradável aos pneus delicados dos visitantes automobilizados.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Padreiro Psicadélico





O Dias com Árvores (nos comentários de um seu poste recente) sugere que tratemos o Acer pseudoplatanus por “Padreiro”, um nome vernáculo que substitui com vantagem o reprovável “Plátano-Bastardo”. Decidimos que era uma boa sugestão (o demasiado genérico “Ácer” ainda nos agrada mais – mas dá-se o caso, precisamente, de ser genérico demais).

Pois em Sintra os padreiros dão-se lindamente, ao ponto de parecerem ser a única espécie de folha caduca a conseguir concorrer – ainda que debilmente – com as acácias e os pitósporos, no concurso para a odiada categoria das invasoras mais relapsas (estes pitósporos, aliás, também estavam a precisar de um nome menos clínico; mas adiante).

Pelo meio do eucalipto-pinhal enfadonho que cresce do lado errado da Tapada do Inhaca – o lado em que não está o Castanhal da Rainha, o lado esquerdo de quem sobe a Calçada da Pena – padreiros jovens e rebentos bebés em padreiros mais idosos anunciam por aqui a Primavera, com folhas infantis de um verde um tanto psicadélico à luz do sol de Março.

terça-feira, 2 de março de 2010

Conto de Inverno (III): A Batalha do Castanhal


Era uma vez, mais uma vez, o Castanhal da Rainha. Desta vez, trata-se da guerra sem quartel que se trava pela supremacia no bosque. Somam vitórias os castanheiros, claro, e enquanto assim for este reino será chamado Castanhal. As batalhas deixam no seu rasto os restos das árvores mortas em combate, enquanto ao lado crescem as novas colonizações de Castanea sativa.

Há tempos, houve aqui uma vítima especial – por favor, não nos acusem de voyeurismo mórbido, mas deixámo-nos deslumbrar pelo cadáver de um pinheiro. Fotografámos sem parar os restos do seu corpo contra a névoa de uma manhã fúnebre deste novo ano. Ficou suspenso na queda, nem exactamente morto de pé, como as árvores, nem exactamente jazente, como esperamos nós próprios um dia vir a estar.




Pode imaginar-se que, em vez de acabar de cair, este pinheiro poderoso está a meio caminho de se levantar, como num desses filmes de horror muito repetitivos. Que enterrará mais uma vez raízes novas na terra, que se armará de vida e que regressará para uma nova batalha contra os castanheiros triunfantes, sorridentes e cheios de si. Castanheiros indiferentes a mais outro pinheiro morto no meio do Castanhal.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Conto de Inverno (I): O Pórtico e a Guarda




Era uma vez um bosque muito antigo de castanheiros, e o nome desse castanhal recordava uma rainha morta há muito tempo. Estava esse castanhal tão encerrado atrás de muros de pedra e de rochedos que as suas árvores se tinham tornado uma comunidade isolada, absorvida pelos seus assuntos e indiferente às agitações humanas que corriam acima e abaixo pelas estradas à volta. Castanhas germinando e castanheiros bebés, adolescentes impertinentes e adultos perfeitos, árvores envelhecidas, moribundos e cadáveres, conviviam sem as barreiras que existem noutros lugares mais profanos. Era, em suma, um lugar onde o Inverno se celebrava como se diz que deve ser celebrado, em segredo e nas horas mais nevoentas do dia.

A verdadeira porta por onde tinha de passar quem neste bosque pretendesse ser realmente recebido não era nenhum dos portões dos muros da cerca, mas sim o pórtico solene que um certo castanheiro decrépito edificara, ano após ano, à medida da deformação e da queda dos seus ramos, dourado por fetos e trepadeiras. Guardava este pórtico uma criatura rara, de pelagem semelhante ao musgo, que em tempos se disse ter sido uma beleza enfeitiçada, ou uma criatura que poderia maldizer ou abençoar os caminhantes que lhe procurassem os olhos cegos, ou colocar-lhes perguntas que os poderiam perder ou salvar, ou que era – muito improvavelmente! – um tronco morto de castanheiro.

E no que diz respeito à acção propriamente dita: numa dessas manhãs de celebração invernosa, por entre o nevoeiro, bem perto desse pórtico, à vista da cabeça chifrada de guarda, aconteceu que...

sábado, 21 de novembro de 2009

Zelkovas ruborescidas


Em Junho andámos embasbacados com a luz juvenil das zelkovas - as keyaki japonesas - na entrada da Pena. Agora, chegados ao auge da sua coloração rosa-verde rosa-encarnada, não nos devemos deixar abater pelos fios eléctricos que atravessam as copas, nem pela multidão de automóveis e autocarros da hora de ponta turística. Há sempre um ramo ruborescido que consegue escapar ao ruído para se mostrar aos seus admiradores.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Outono aproxima-se do Castanhal da Rainha


Metade dos autores deste blogue consideraram a mensagem de ontem um pouco tonta e que quem acredita em realezas encantadas não deve ser encorajado. Assim, temos hoje uma mensagem mais clássica, ainda que correndo o risco de indigestão de Castanhal da Rainha.

O fim de Verão com cara de Outono já está em cheio neste lugar. Na maior parte, é apenas a cor mais castanha pelo chão e uma folha ocasional mais amarela. Mas no lado mais selvagem do castanhal já há copas totalmente douradas, anunciando o espectáculo que se vai espalhar por todos os lugares onde existam estas árvores com folhas que caem.


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Monstro pré-histórico aguarda...


...no Castanhal da Rainha, pelo beijo de um vagueante que quebre o feitiço e que o transforme no Príncipe ou Princesa Encantada que realmente é, e por quem alguns de nós continuam a aguardar.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O sol aparece no Castanhal da Rainha


Deixem-nos louvar mais uma vez o insignificante Castanhal da Rainha. A mais alta montanha europeia apenas atinge a insignificante metade da mais alta montanha do mundo. A mais alta montanha portuguesa, a insignificante metade da mais alta montanha da Europa. Os 528 metros da Serra de Sintra são ridículos mesmo num país como Portugal e os 10 quilómetros da sua maior extensão desprezáveis – em passo de passeio, são apenas três horas de Santa Eufémia ao Cabo da Roca. A Pena e as tapadas anexas são só um canto oriental encolhido nesta serra diminuta, a Tapada do Inhaca só uma fracção pequena de todas as tapadas e o Castanhal da Rainha apenas um metro débil nesta tapada, dividido entre os dois pobres palmos planos a poente e outro tanto na vertente nascente. Os seus castanheiros nem sequer são especialmente antigos – mas toda a Pena, com o seu século e meio, é bastante juvenil para o padrão de muitas das suas espécies.

Neste insignificante canto do mundo, durante uns curtos minutos de sorte, assiste-se à dissolução da névoa matinal pelo sol e à aparição de mais um dia de Verão.



sábado, 8 de agosto de 2009

A Pena em hora de ponta


Como sabemos, há planos para espalhar parques de estacionamento pela Serra, abrindo espaços nas tapadas que envolvem a Pena, adquiridas – julgávamos – para seu enquadramento e protecção. Um desses espaços, na Tapada do Inhaca, foi preparado há poucos meses, encostado à Calçada, em frente da Casa da Lapa. Retirou-se toda a vegetação não arbórea, aplanou-se e compactou-se o chão, cobriu-se de lascas de madeira e abriram-se passagens nos muros de pedra. Podemos agora ver o que espera outras tapadas com áreas planas convenientes ao repouso automóvel:


Uns metros acima, já chegando à entrada principal da Pena, a Calçada é alargada e calcetada, não sabemos se para privilégio do estacionamento, se da circulação, se ambos:


Enfim, em plena hora de ponta de Agosto, é esta a visão misteriosa e mágica com que os portões da Pena nos acolhem:

sábado, 13 de junho de 2009

Cruz discreta


A origem do acaso que nos fez encontrar o Castanhal da Rainha foi esta cruz discreta, visível para os que olharem ao alto e à esquerda na estrada do Castelo para a Pena. Fosse pela luz adversa, pelo ângulo limitado ou pela distância, nunca conseguimos boas imagens a partir desse local. Mas se se entrar na Tapada do Inhaca e subir pelas franjas do castanhal às fragas mais altas a norte, depara-se de repente com a pequena cruz à nossa altura, iluminada por um raio de sol oportuno, sobre uma pedra musgosa de cabelo ruivo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

As nossas zelkovas

Vieram do Japão, são populares em forma de bonsai, pertencem à família dos lódãos abundantes das cidades portuguesas e têm nome de patinadora medalhada de Leste – sempre podíamos chamar-lhes keyaki, como no arquipélago de onde vieram! A razão porque falamos delas é que há algumas décadas foi plantado um grupo vistoso – umas nove – em frente da entrada principal no Parque da Pena, já na oposta Tapada do Inhaca, encostadas ao muro. Os seus ramos devem ter crescido livremente sobre este troço da calçada até terem sofrido os cortes violentos cujas cicatrizes hoje se vêm.

Zelkova serrata: aqui está a folhagem de Abril verde pálida sobre o cinza castanho variegado dos troncos, e aqui o verde maduro de Junho. No Outono, em alguns ramos – só em alguns deles – as suas folhas contorno-de-serra enrubescem até rosa-verde. Nessa altura, esperamos trazer aqui de novo a keyaki-zelkova.



domingo, 7 de junho de 2009

A descoberta do Castanhal da Rainha


Descobrimos o Castanhal da Rainha na manhã de ontem. Tínhamos sabido da sua existência e conhecido o seu nome na Monografia – que era uma das pouco numerosas manchas de castanheiros das tapadas públicas, já há meio século feita de exemplares «velhos, elevados e de belo porte (...), um aspecto arbóreo que é dos mais estimáveis em pleno estio». Deve ter ficado moderadamente abandonado nas décadas seguintes e terá sido limpo há uns dois anos. Apesar de se situar tão à mão, encostado à estrada, entre as entradas do Castelo e da Pena, na Tapada do Inhaca (já aqui falámos do castanheiro infantil que aqui cresce), o castanhal do outro lado do muro não parecia ter interesse que merecesse deambulação prioritária. Ontem deu-se um acaso propício, entrámos e percebemos, ao avançar alguns metros para lá do silvado que recomeça a levantar-se, que estávamos enganados.

Após alguns dias de calor do deserto, as chuvadas fortes soltaram o cheiro mais intenso que a serra tem para oferecer. E como a folhagem está madura e não se vê ainda ponta da secura amarelada dos verões tardios, não há senão cor verde no chão e no céu. Para nós, entre todas as gradações de carácter que se encontra nos parques, o favorito é este desleixo suave, de bosque velho que não é visitado, mas não tão inóspito que nele não nos deixe entrar. E assim, enquanto um novo aguaceiro não nos afugentou, descobrimos o Castanhal da Rainha.



terça-feira, 5 de maio de 2009

Boas vindas a um novo castanheiro


Do lado esquerdo da estrada, seguindo do Castelo para o portão da Pena, depois de passar o ponto de cota mais alta, em plena Tapada do Inhaca, há uma mancha de castanheiros - na Monografia, «é o chamado Castanhal da Rainha (...) castanheiros velhos, elevados e de belo porte». Continuam a viver imponentes após 50 anos, não sabemos se hoje em menor ou menos densa mancha. A área foi limpa e mostra-se talvez um pouco esparsa. Mesmo junto ao muro, solto da sombra dos exemplares mais antigos, cresce um castanheiro jovem que começa a querer mostrar-se. Numa manhã cedo em que o nevoeiro se dissipava, desejámos-lhe uma vida longa e demos-lhe as boas vindas.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Obras pela Serra

Há já algumas semanas que decorriam obras em edifícios abandonados dos parques e tapadas públicas da Serra. Hoje vimos que foram colocadas placas identificadoras dos trabalhos e descobrimos que a Casa da Lapa, uma das duas antigas casas das Matas Nacionais na Calçada da Pena, junto ao início do caminho para Santa Eufémia, está a ser convertida em Centro de Acolhimento para Visitas Pedonais ao Castelo dos Mouros e Parque da Pena:


A Casa do Guarda do Portão dos Lagos será um Centro de Acolhimento de Visitantes da Zona dos Lagos e Feteira da Condessa:


Por fim, a Casa do Guarda do Castelo dos Mouros, na menos utilizada das três entradas da Tapada do Castelo, deverá tornar-se um Centro de Interpretação Ambiental:


As intervenções nos edifícios históricos são talvez das acções mais visíveis e mais unanimemente aplaudidas da nova gestão da Parques de Sintra e vemos com muita satisfação chegar a vez da recuperação dos "edifícios menores".

Entretanto, mais transformações, desta vez no coberto vegetal e ainda sem qualquer identificação, deixam-nos mais perplexos e motivam novo pedido de informação aos gestores dos parques. Uma, exactamente em frente da obra da Casa da Lapa, já na Tapada do Inhaca, consistiu numa abertura do muro, no corte de toda a vegetação rasteira e na cobertura do solo com madeira triturada:


Outra adjacente à Estrada da Pena, muito próxima do cruzamento para os Capuchos, um troço outrora em sombra profunda onde agora se pode ver um sério pedaço de desarborização: