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domingo, 19 de abril de 2009

Uma sinfonia sintrense

Gustav Mahler (1860-1911)

É subjectivo e discutível, claro, mas achamos que há algo “sintrense” na música de Mahler. No dia 21 teremos a rara oportunidade de ouvir a Terceira Sinfonia ao vivo em Lisboa, às 21h, no Coliseu.

O início da Terceira Sinfonia chamou-se, inicialmente, O que me dizem os rochedos e as montanhas. Bruno Walter conta que quando Mahler o viu a contemplar os Alpes, num verão em Steinbach am Attersee, lhe disse que tudo aquilo tinha já ele composto na sua sinfonia. No quarto andamento, uma voz feminina grave canta um poema de Nietzsche (aqui traduzido por Paulo Osório de Castro):

Ó Homem, dá atenção!
Que diz a profunda meia-noite?
«Eu dormia, dormia...
Do sonho profundo acordei:
O mundo é profundo,
E mais profundo do que o dia julga.
Profunda é a sua dor,
O gozo, mais profundo ainda que a aflição.
A dor diz: “Passa!”
Mas todo o prazer quer eternidade,
Quer profundíssima eternidade!»