quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Conto de Inverno (II): A Maldição dos Musgos de Sintra


Eram uma vez fragas e muros da serra de Sintra que desde o início dos tempos tinham sido escolhidos para residência dos musgos, musgos já sem idade que as ordens divinas decretaram que permaneceriam inviolados, espessos e fofos até ao fim dos tempos.

Quem foram, então, essas criaturas pavorosas que romperam o repouso solene dos musgos, que devastaram a sua superfície verde para inscreverem os seus nomes desesperados? Quem é esse abominável Horácio? Que cãibras lhe ataquem os dedos se ousar levantar de novo a mão a um muro musguento ou a uma fraga musgosa. Quem é esse desgraçado Afonso, quem é essa infeliz Mafalda? Que tropecem um no outro e uma cólica os contorça e paralise se algum dia voltarem a aproximar-se destas residências húmidas e sombrias. Esta é a maldição dos musgos de Sintra.

10 comentários:

  1. Não consigo parar de rir. Não imaginava os musgos a praguejarem dessa maneira.

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  2. Meus caros
    Ao ler este vosso interessante postal lembrei-me da família Dias e da sua marca no Convento dos Capuchos...
    http://soscapuchos.blogspot.com/2009/02/mais-uma-razao-deste-sos.html

    Bem hajam por este vício diário que me proporcionam, o Acerca de Sintra.
    Rui Silva

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  3. Da próxima vez que for em busca de musgo para o presépio, farei por evitar Sintra e os Adamastores que a defendem...

    ;-)

    (Completamente a despropósito: a ARTE chega a Sintra? Hoje vão passar a versão original do Metropolis, a partir das 19:40, com a música original e tudo como deve ser)

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  4. Oh pá, preciso com urgência de uma maldição eficaz para salvar os pinhais do Valado. Hoje socorri-me dos pii de Banguecoque, mas a bem dizer uns espíritos do pinheiro também vinham a calhar.

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  5. Pois os musgos até praguejam mais, mas por pudor abstivemo-nos de reproduzir os palavrões mais ofensivos!

    Apesar de tudo, estas marcas no musgo são menos ofensivas que essas da família Dias de Loures. Espero que tenha sido obra de uma criança na idade do armário e que os pais não tenham dado por nada, senão o caso é mais grave.

    Agora já sabemos quem anda a encher presépios com musgo de Sintra e quem raspou uma enorme “HELENA” em pleno Castelo dos Mouros, que se lê dos aviões que vêm do Atlântico (a despropósito: há Arte em Sintra e ficámos agarrados ao Metropolis!)

    O pinhal no Valado continua sob fogo? Temos de congeminar uma maldição bem poderosa, ou então algo mais eficaz, que estas maldições aliviam mas não dão grande resultado.

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  6. Sobre o musgo para o presépio só falo na presença do meu advogado, mas o "HELENA" de Castelo dos Mouros não fui eu!
    Desconfio que terá sido o Perseu.
    ;-)

    E então, gostaram do Metropolis novo?
    Eu gostei muito de algumas das cenas que tinham sido cortadas, e ainda estou perplexa quanto à lógica da tesoura de há 70 anos.

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  7. Hmm... Isto anda tudo trocado. Se essa HELENA é responsabilidade do Perseu, quem é que deve ser responsabilizado pela ANDRÓMEDA uns metros mais acima?

    Adorámos rever o Metropolis - já tínhamos o DVD da nova versão. É um filme hipnotizante, pregou-nos ao écran e adiou-nos o jantar...

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  8. Hmmm,
    esse Perseu anda a fazer mesmo muitos estragos em Sintra! ;-)

    Como é possível terem arranjado o DVD da nova versão antes desta segunda première? Se não for segredo de justiça, contam?
    Sei de alguém que estava disposta a trocar uma gata por esse DVD. Até já anda nos circuitos internacionais a mexer cordelinhos.
    É sempre a mesma coisa em Portugal: só se viram para o estrangeiro, antes de se darem conta das riquezas que há no país...
    ;-)

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  9. Irmãos, certo dia ouvi dizer que Sintra só se revela aos iniciados. Achei graça e concordei. Para mim, sois dois desses iniciados, porém, falta-Vos a virtude da "não-violência". Em vez de pragas, por que não sensibilizar sem praguejar. O amor pela Natureza é tão necessário como o amor pela não-violência. Admiro-Vos, Maria Lopes.

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