Tal como somos forçados a recordar cada vez que passamos na Calçada da Pena, foi aberto um parque de estacionamento na Tapada do Inhaca, à custa de corte de vegetação e de compactação de terrenos. Ao longo deste Inverno chuvoso, para nosso gáudio, o solo nu transformou-se num lamaçal intransponível, o acesso de veículos foi cortado e, por uns meses, pareceu que o antigo bosque poderia regressar.
Entretanto, a chegada da Primavera começa a afogar de novo a Serra em trânsito e nada leva a crer que a nossa Câmara Municipal dê conta de que tem alguma coisa a ver com o assunto. A Parques de Sintra, por seu lado, sempre velando pelo bem estar dos pagadores de bilhetes de entrada, decidiu voltar ao seu estacionamento inutilizado, munida de máquinas, rolos compressores e grandes telas brancas. Nos últimos dias têm-se atarefado a esmagar um pouco mais as raízes das árvores que sobrevivem, com o simpático intento de proporcionar um piso agradável aos pneus delicados dos visitantes automobilizados.
Entretanto, a chegada da Primavera começa a afogar de novo a Serra em trânsito e nada leva a crer que a nossa Câmara Municipal dê conta de que tem alguma coisa a ver com o assunto. A Parques de Sintra, por seu lado, sempre velando pelo bem estar dos pagadores de bilhetes de entrada, decidiu voltar ao seu estacionamento inutilizado, munida de máquinas, rolos compressores e grandes telas brancas. Nos últimos dias têm-se atarefado a esmagar um pouco mais as raízes das árvores que sobrevivem, com o simpático intento de proporcionar um piso agradável aos pneus delicados dos visitantes automobilizados.
A montanha será, cada vez mais, um gigante Centro Comercial, ao ar livre. Os visitantes pagantes vão a Sintra, mas Sintra estará cada vez mais longe do lugar físico que leva o seu nome.
ResponderEliminarBem nos custa concordar, RS. Mas, de facto, a PSML tem um lado ameaçador de "Sintralandia - Parque de Diversões".
ResponderEliminarHá muito tempo que já passaram as idas do Eça de Lisboa a Sintra de comboio ou caleche, subindo depois a serra ao lombo de burros. O automóvel, quer queiram, quer não, existe e tem utilidade. Quanto aos pagantes que contribuem para a economia, por certo serão mais úteis que os pelintras que saltam a cerca.
ResponderEliminarCaro Miguel Brito: é certo que o automóvel existe e é útil e é certo que muitos visitantes de Sintra se deslocam de automóvel. Por outro lado, a vila e a serra são demasiado pequenas e estreitas para a quantidade de automóveis que atraem. Por isso mesmo, era indispensável que a Câmara Municipal estudasse o problema e agisse. A solução possível talvez seja aquela que é comum em muitos lugares com problemas semelhantes: circulação limitada nas áreas congestionadas, parques de estacionamento periféricos e boas ligações alternativas aos locais a visitar.
ResponderEliminarA PSML procura resolver o seu problema concreto: oferecer estacionamento aos seus visitantes, que alimentam o seu orçamento. Para isso, criou este parque no meio da serra, numa das tapadas públicas pela qual é responsável. No entanto, para alem do prejuízo sofrido pela vegetação, que é uma componente central da própria razão porque os turistas visitam Sintra, o trânsito na serra e na vila continua a ser encorajado, contribuindo mais um pouco para o caos que tem como exemplo máximo a congestão a que os visitantes (e os residentes) podem assistir, no centro de Sintra ou na envolvente das entradas da Pena ou do Castelo dos Mouros, aos fins de semana entre a Primavera e o Outono.
Caramba, nunca me tinham chamado pelintra... Bem haja por isso, Miguel Brito!
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