quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Lua em Sintra




Podia ser o titulo de uma mensagem poética sobre as noites límpidas de Abril, mas o que queríamos era falar de pedaços da Serra – pior, pedaços do Parque da Pena – cortados e tornados áridos e desolados como a lua. Este aqui situa-se na extremidade nascente do parque, muito perto de Santa Eufémia. Quem se recorda do que aqui existia antes? Há tufos de pitósporos e acácias a despontar, por isso acreditamos que eram terras colonizadas por estas árvores demasiado apaixonadas por Sintra.

Em todos os casos de cortes radicais que se têm observado pelos parques e tapadas, temos sempre reacções ambivalentes. Reconhecemos a importância de suster a expansão de certas espécies enquanto lamentamos a perda da exuberância antiga, seja de que espécie for. E, enquanto nos tentamos consolar com os benefícios longínquos que os nossos netos poderão um dia gozar, tememos sempre que o trabalho fique a meio e que em pouco tempo tudo volte a ser pitosporal e acacial, apenas mais imaturo e com uma temporada longa de paisagem lunar de permeio.

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