Soubemos pelo Público do dia 13 que a nossa câmara estava a considerar a compra de um dos ícones de Sintra, a Quinta do Relógio. A notícia, replicada no dia seguinte no DN, foi já hoje devidamente coberta pelo Rio das Maçãs, mas decidimos reforçá-la aqui, não só pela sua importância evidente, mas também porque tínhamos em arquivo uma imagem recente da quinta, com que simpatizávamos, e não havia meio de encontrarmos um pretexto para a publicar! Não é fantástica, a sua casca esventrada entre as duas grandes araucárias guardiãs? A foto, porém, não mostra outra das mais imponentes árvores de Sintra, que a esta quinta pertence: o grande sobreiro antigo que deixámos escondido uns metros para a direita deste enquadramento.
A Quinta do Relógio anda em obras decerto há mais de uma década. Recordamo-nos de um conjunto de raves organizadas no esqueleto da casa, algures na década de 90, bem como da transformação mais recente do jardim, que de repente se aprumou todo – ou pelo menos assim parece a quem o vê no início dessa estrada fabulosa que liga Sintra a Colares pela Regaleira, Seteais, Penha Verde e Monserrate. Sem pensar em mais nada – nos milhões que custa, por exemplo, ou no que lá vai ser feito – a ideia de poder contar com mais este local entre os que podem ser publicamente fruídos na nossa vila parece ser uma ideia formidável. No entanto, o projecto que parece estar a ser considerado, o de utilizar parte da quinta para estacionamento de apoio à Regaleira, é mais uma daquelas visões míopes que aguardam que um clarão de bom senso as precipite nos infernos: ficamos sem palavras. De qualquer modo, a compra está longe de estar decidida, por isso sentemo-nos (por exemplo, debaixo do sobreiro escondido fora da fotografia) e aguardemos novas notícias.
A Quinta do Relógio anda em obras decerto há mais de uma década. Recordamo-nos de um conjunto de raves organizadas no esqueleto da casa, algures na década de 90, bem como da transformação mais recente do jardim, que de repente se aprumou todo – ou pelo menos assim parece a quem o vê no início dessa estrada fabulosa que liga Sintra a Colares pela Regaleira, Seteais, Penha Verde e Monserrate. Sem pensar em mais nada – nos milhões que custa, por exemplo, ou no que lá vai ser feito – a ideia de poder contar com mais este local entre os que podem ser publicamente fruídos na nossa vila parece ser uma ideia formidável. No entanto, o projecto que parece estar a ser considerado, o de utilizar parte da quinta para estacionamento de apoio à Regaleira, é mais uma daquelas visões míopes que aguardam que um clarão de bom senso as precipite nos infernos: ficamos sem palavras. De qualquer modo, a compra está longe de estar decidida, por isso sentemo-nos (por exemplo, debaixo do sobreiro escondido fora da fotografia) e aguardemos novas notícias.
Aguardemos, então. Para já, fico a tremer quando leio "pequena bolsa de estacionamento".
ResponderEliminarA propósito desta aquisição, deixei um comentário no Sintra do Avesso que, no essencial, vai ao encontro da vossa opinião. É a cumplicidade sintrense a funcionar... Parece, no entanto, que se estão a levantar muitas reservas quanto à pertinência do negócio - que me parecem absolutamente secundárias face à importância daquele espaço.
ResponderEliminarEstive nessas raves dos 90. Nessa altura, pouca gente sabia o que era a Regaleira. Entrava-se lá por uma abertura na Azinhaga do Vale dos Anjos. Não me digam que também eram dos que saltavam o muro...
O grande sobreiro é a Sobreira dos Fetos, venerada pelo Beckford, pelo Southey e por D. Amélia, que dizia que aquela árvore valia mais que Cascais e os Estoris juntos...
Inadmissível aquela espécie de cabine sobre a a varanda do corpo central. Lembra-me umas águas-furtadas que acrescentaram na Quinta dos Pisões, visíveis da estrada. Como é possível que se possa mexer assim tão sem critério em imóveis destes?
Descintrificações, como vocês dizem.
Abraço,
António Lourenço
Paulo: É mesmo caso para tremer. Encorajar a circulação neste caminho idílico, e logo à custa de mais um pedaço de parque sintrense...
ResponderEliminarAntónio: fomos ler o comentário no Sintra do Avesso e , claro, estamos de acordo. Há que separar o principal do secundário e, para nós, o principal é que se trata de uma quinta de referência, ainda que o edifício central esteja reduzido à casca (mas que bela casca!), com um magnífico parque, mesmo no coração de Sintra. Pode ser que seja (pode ser, não é necessariamente) uma grande oportunidade. E também estamos de acordo quanto ao desconforto que causam aquelas obras de transformação grosseira, que levam sempre a interrogações sobre o tipo de projectistas que as desenharam e, sobretudo, o tipo de gestão urbanística que se pratica na nossa câmara municipal.
Nós também estivemos nas raves. Mas devemos ser muito totós, essa coisa da abertura na azinhaga passou-nos ao lado. Suponho que a abertura deixou de existir e que já não vamos a tempo de mais uma pequena transgressão, não?
E o sobreiro extraordinário: obrigado pelas informações suculentas, temos mesmo de preparar uma mensagem digna da majestade dessa árvore.
Boas, sabem se existe fotos dessas raves? abraços
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