Descobrimos o Castanhal da Rainha na manhã de ontem. Tínhamos sabido da sua existência e conhecido o seu nome na Monografia – que era uma das pouco numerosas manchas de castanheiros das tapadas públicas, já há meio século feita de exemplares «velhos, elevados e de belo porte (...), um aspecto arbóreo que é dos mais estimáveis em pleno estio». Deve ter ficado moderadamente abandonado nas décadas seguintes e terá sido limpo há uns dois anos. Apesar de se situar tão à mão, encostado à estrada, entre as entradas do Castelo e da Pena, na Tapada do Inhaca (já aqui falámos do castanheiro infantil que aqui cresce), o castanhal do outro lado do muro não parecia ter interesse que merecesse deambulação prioritária. Ontem deu-se um acaso propício, entrámos e percebemos, ao avançar alguns metros para lá do silvado que recomeça a levantar-se, que estávamos enganados.
Após alguns dias de calor do deserto, as chuvadas fortes soltaram o cheiro mais intenso que a serra tem para oferecer. E como a folhagem está madura e não se vê ainda ponta da secura amarelada dos verões tardios, não há senão cor verde no chão e no céu. Para nós, entre todas as gradações de carácter que se encontra nos parques, o favorito é este desleixo suave, de bosque velho que não é visitado, mas não tão inóspito que nele não nos deixe entrar. E assim, enquanto um novo aguaceiro não nos afugentou, descobrimos o Castanhal da Rainha.
Oh que belezura! Lindooooo!
ResponderEliminarBelezura verde, mesmo verde!
ResponderEliminarA última fotografia, em particular, ilustra bem as palavras de Tom Jobim:"Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz".
ResponderEliminarEscolhemos a primeira imagem porque a achámos dramática e estranha, mas concordamos que a última é a floresta perfeita.
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