quarta-feira, 10 de março de 2010

Padreiro Psicadélico





O Dias com Árvores (nos comentários de um seu poste recente) sugere que tratemos o Acer pseudoplatanus por “Padreiro”, um nome vernáculo que substitui com vantagem o reprovável “Plátano-Bastardo”. Decidimos que era uma boa sugestão (o demasiado genérico “Ácer” ainda nos agrada mais – mas dá-se o caso, precisamente, de ser genérico demais).

Pois em Sintra os padreiros dão-se lindamente, ao ponto de parecerem ser a única espécie de folha caduca a conseguir concorrer – ainda que debilmente – com as acácias e os pitósporos, no concurso para a odiada categoria das invasoras mais relapsas (estes pitósporos, aliás, também estavam a precisar de um nome menos clínico; mas adiante).

Pelo meio do eucalipto-pinhal enfadonho que cresce do lado errado da Tapada do Inhaca – o lado em que não está o Castanhal da Rainha, o lado esquerdo de quem sobe a Calçada da Pena – padreiros jovens e rebentos bebés em padreiros mais idosos anunciam por aqui a Primavera, com folhas infantis de um verde um tanto psicadélico à luz do sol de Março.

4 comentários:

  1. Uau! Primavera à séria, rapaziada! Que magnífica cor!

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  2. As cores, sim, e a textura! E os contrastes!
    Apetecia-me roubar estas fotos e pôr na minha casa, mas são tantas e tão boas que nem sei por onde começar a gatunagem...
    ;-)

    Desconfio que estes misteriosos PV entram na Natureza de Sintra por uma porta secreta que só eles conhecem. Imagino uma passagem demarcada por um musgo mais espesso, mas diluída em névoa. Não me admirava se um dia destes encontrassem o D.Sebastião do outro lado. Mas dava-me mais jeito se trouxessem de lá o Eça, mais os seus amigos das passeatas a Sintra.

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  3. Apetece ficar a olhar, a olhar, a olhar... Hipnotizantes.Parabéns mesmo.
    Agora, «Bastardo» e «Padreiro»...arvorezinha azarada em matéria de nomes, desculpem lá! ;))

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  4. Pois é, Io, parece que a Primavera resolveu mesmo chegar, e logo em Technicolor. Não tarda está na altura de um novo passeio num certo castanhal.

    Obrigado, Helena, é de gatunar tudo o que se puder! A porta de Sintra, pelo contrario, está escancarada, e os caminhos, com o tempo a secar e a aquecer, apinham-se de Sebastiões e Eças de várias cores e feitios, grande parte deles dizendo uns para os outros “hola” e “usted”. O que torna os recantos mais remotos triplamente preciosos, claro.

    É verdade, Antuérpia, estamos totalmente de acordo quanto a nomes. Um pouco abrutalhados, não? Nada parecidos com a árvore que nomeiam. Que sorte têm a faia e o cipreste!

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