Vê-se bem do Castelo dos Mouros a mancha desarborizada de que aqui demos conta há umas semanas. Trata-se do derrube de muros e do corte de árvores na Tapada dos Bichos, do lado esquerdo de quem sobe a Estrada da Pena, próximo do cruzamento dos Capuchos, um dos troços que se contavam entre os mais frondosos deste caminho. Ao nosso pedido de informação, recebemos esta resposta da Parques de Sintra, subscrita pelo presidente do seu Conselho de Administração, António Lamas:
«Quanto às aberturas praticadas no muro da Tapada dos Bichos que referem, esclareço que foram necessárias para a remoção das ramadas e troncos das árvores resultantes das limpezas efectuadas nesta zona. Após conclusão dos trabalhos estas serão de novo fechadas, mas uma será, provavelmente, transformada em portão, de modo a proporcionar um caminho pedonal através da Tapada até ao parque de estacionamento dos Lagos. Esta iniciativa faz parte do alargamento da rede de caminhos pedonais que, partindo da Vila, permitam alternativas ao uso da Calçada da Pena.»
Apreciamos este aparentemente simples facto: recebermos respostas rápidas às nossas interrogações, distante da cultura autista da nossa administração pública. Mas gostávamos ainda mais de não sermos sobressaltados a cada passo por mais um acto consumado: mais motosserras em frenesi em mais uma encosta e mais uma mancha florestal “limpa”. Vai ser substituída? Por um estacionamento? Por uma estrada? Por um parque de diversões? Por um condomínio residencial? Por carvalhos, faias e castanheiros? Quando, como, porquê e mais todas a perguntas que interessam a quem se interessa?
Aqui chegamos ao grande pecado da Parques de Sintra, gestora deste nosso património. Se há um plano que guia as suas acções, ele já deveria ter sido tornado público, já deveria ter sido sujeito a discussão e já deveria ter sido – necessariamente – ajustado em resultado dessa discussão antes de tomadas decisões finais. Aqui, a Parques de Sintra assemelha-se mais à velha administração pública (ou a uma empresa de interesse privado). Não acreditamos em entidades infalíveis e benignas, nem nos bons povos dóceis e agradecidos. Estamos convencidos de que os resultados do trabalho da Parques de Sintra seriam melhores e mais reconhecidos se se fundassem em participação pública séria, e cabia à Parques de Sintra a obrigação de a dinamizar – afinal, o que se está a passar nesta Serra, com os milhões anuais que agora aqui se derramam, pode bem ser o mais intensivo e radical conjunto de transformações desde os tempos fundadores de D. Fernando II.
«Quanto às aberturas praticadas no muro da Tapada dos Bichos que referem, esclareço que foram necessárias para a remoção das ramadas e troncos das árvores resultantes das limpezas efectuadas nesta zona. Após conclusão dos trabalhos estas serão de novo fechadas, mas uma será, provavelmente, transformada em portão, de modo a proporcionar um caminho pedonal através da Tapada até ao parque de estacionamento dos Lagos. Esta iniciativa faz parte do alargamento da rede de caminhos pedonais que, partindo da Vila, permitam alternativas ao uso da Calçada da Pena.»
Apreciamos este aparentemente simples facto: recebermos respostas rápidas às nossas interrogações, distante da cultura autista da nossa administração pública. Mas gostávamos ainda mais de não sermos sobressaltados a cada passo por mais um acto consumado: mais motosserras em frenesi em mais uma encosta e mais uma mancha florestal “limpa”. Vai ser substituída? Por um estacionamento? Por uma estrada? Por um parque de diversões? Por um condomínio residencial? Por carvalhos, faias e castanheiros? Quando, como, porquê e mais todas a perguntas que interessam a quem se interessa?
Aqui chegamos ao grande pecado da Parques de Sintra, gestora deste nosso património. Se há um plano que guia as suas acções, ele já deveria ter sido tornado público, já deveria ter sido sujeito a discussão e já deveria ter sido – necessariamente – ajustado em resultado dessa discussão antes de tomadas decisões finais. Aqui, a Parques de Sintra assemelha-se mais à velha administração pública (ou a uma empresa de interesse privado). Não acreditamos em entidades infalíveis e benignas, nem nos bons povos dóceis e agradecidos. Estamos convencidos de que os resultados do trabalho da Parques de Sintra seriam melhores e mais reconhecidos se se fundassem em participação pública séria, e cabia à Parques de Sintra a obrigação de a dinamizar – afinal, o que se está a passar nesta Serra, com os milhões anuais que agora aqui se derramam, pode bem ser o mais intensivo e radical conjunto de transformações desde os tempos fundadores de D. Fernando II.
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