sábado, 30 de maio de 2009

Parques de Sintra e participação pública: a propósito de outra mancha desarborizada

Vista do Castelo



Vista da Estrada da Pena

Vê-se bem do Castelo dos Mouros a mancha desarborizada de que aqui demos conta há umas semanas. Trata-se do derrube de muros e do corte de árvores na Tapada dos Bichos, do lado esquerdo de quem sobe a Estrada da Pena, próximo do cruzamento dos Capuchos, um dos troços que se contavam entre os mais frondosos deste caminho. Ao nosso pedido de informação, recebemos esta resposta da Parques de Sintra, subscrita pelo presidente do seu Conselho de Administração, António Lamas:

«Quanto às aberturas praticadas no muro da Tapada dos Bichos que referem, esclareço que foram necessárias para a remoção das ramadas e troncos das árvores resultantes das limpezas efectuadas nesta zona. Após conclusão dos trabalhos estas serão de novo fechadas, mas uma será, provavelmente, transformada em portão, de modo a proporcionar um caminho pedonal através da Tapada até ao parque de estacionamento dos Lagos. Esta iniciativa faz parte do alargamento da rede de caminhos pedonais que, partindo da Vila, permitam alternativas ao uso da Calçada da Pena.»

Apreciamos este aparentemente simples facto: recebermos respostas rápidas às nossas interrogações, distante da cultura autista da nossa administração pública. Mas gostávamos ainda mais de não sermos sobressaltados a cada passo por mais um acto consumado: mais motosserras em frenesi em mais uma encosta e mais uma mancha florestal “limpa”. Vai ser substituída? Por um estacionamento? Por uma estrada? Por um parque de diversões? Por um condomínio residencial? Por carvalhos, faias e castanheiros? Quando, como, porquê e mais todas a perguntas que interessam a quem se interessa?

Aqui chegamos ao grande pecado da Parques de Sintra, gestora deste nosso património. Se há um plano que guia as suas acções, ele já deveria ter sido tornado público, já deveria ter sido sujeito a discussão e já deveria ter sido – necessariamente – ajustado em resultado dessa discussão antes de tomadas decisões finais. Aqui, a Parques de Sintra assemelha-se mais à velha administração pública (ou a uma empresa de interesse privado). Não acreditamos em entidades infalíveis e benignas, nem nos bons povos dóceis e agradecidos. Estamos convencidos de que os resultados do trabalho da Parques de Sintra seriam melhores e mais reconhecidos se se fundassem em participação pública séria, e cabia à Parques de Sintra a obrigação de a dinamizar – afinal, o que se está a passar nesta Serra, com os milhões anuais que agora aqui se derramam, pode bem ser o mais intensivo e radical conjunto de transformações desde os tempos fundadores de D. Fernando II.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

44º Festival de Sintra: Música e Dança 2009


Decorre de 5 de Junho a 5 de Julho o 44º Festival de Sintra, integrando música, dança e teatro. Pianistas brilhantes (como António Rosado, Pedro Burmester e Sequeira Costa, para citar apenas portugueses), a Orquestra Gulbenkian (dirigida por Maxim Vengerov), a Tosca, numa produção da Companhia Portuguesa de Ópera, a música sacra portuguesa do século XVIII (com Ana Paula Russo, Helena Vieira e a Orquestra de Câmara de Sintra), o Ballet Nacional de España, a Companhia Paulo Ribeiro, o Rei Ubu (pelo Fio d’Azeite / Chão de Oliva), e tantos outros espectáculos, incluindo concertos de jazz e concertos para bebés, poderão ser vistos e ouvidos em vários locais. De salas mais convencionais, como o Centro Olga Cadaval e a Casa de Teatro de Sintra, aos cenários únicos do Palácio Nacional de Sintra, dos jardins do Palácio Nacional de Queluz e do Palácio de Seteais, da Quinta da Piedade e da Quinta da Regaleira.

O programa poderá ser visto aqui ou descarregado (em formato pdf) no sítio electrónico do festival.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Acácia heróica


Os tempos não estão bons para as acácias de Sintra. Foram pioneiras nos tempos da florestação de há século e meio e de tal modo se apaixonaram pela Serra que, se hoje fossem todas dizimadas, metade desta nossa floresta voltaria à sua antiga nudez. Ávidas como são, gostam pouco de partilhar estas encostas húmidas com espécies mais tímidas e aventuram-se nos lugares mais extremos. O seu egocentrismo ameaça-nos, mas sempre simpatizámos com alguns dos seus exemplares mais majestosos, e agora que as vastas áreas cortadas nas Tapadas são invariáveis cemitérios de acácias, essa simpatia tornou-se mais fácil.

A árvore que mais próxima sobrevive do pico do Castelo dos Mouros é uma acácia heróica. No fim do caminho que sobe à torre mais alta, foi retorcida pela ventania ao ponto de ter deixado de se parecer com as da sua espécie. Gasta, altiva, acima dos carvalhos e dos ciprestes que se encolhem mais abaixo, mede forças com o Palácio da Pena e triunfa.


sábado, 23 de maio de 2009

Estacionamento na Serra: os planos da Parques de Sintra


Agora que os parques públicos de Sintra têm uma gestão com vontade, qualificação e meios para agir, estávamos à espera de que algo acontecesse à circulação automóvel e ao estacionamento que congestionam a Estrada e a Calçada da Pena (na mesma proporção em que aumenta a popularidade turística e as receitas que aqui são geradas). Estávamos à espera que o trânsito particular fosse restringido – não, estávamos à espera que fosse suprimido! – e que as subidas ao Palácio ou ao Castelo se fizessem a pé ou em transporte público decente – não na carreira irregular que transporta gente como gado apinhado, onde a Scotturb extorque descaradamente os visitantes. Pois bem, parece que vai acontecer precisamente o contrário.

Há cerca de um mês, falando de obras recentes que por aqui decorrem, referimos que junto à Calçada da Pena, na Tapada do Inhaca, foram feitas aberturas no muro, cortada toda a vegetação rasteira e coberto o solo com madeira triturada. Pedimos um esclarecimento à Parques de Sintra, que nos ofereceu uma resposta explícita e detalhada, subscrita pelo presidente do seu conselho de administração, Prof. António Lamas, aqui transcrita na íntegra:

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«1) Como devem saber, um dos mais graves problemas no acesso ao Parque da Pena na época alta, deve-se a não haver suficientes lugares de estacionamento para os automobilistas que, sem o saberem, entram na Calçada da Pena e, depois, não tendo lugar, param o carro ao longo das margens, impedindo a passagem de outros veículos, em especial os de transporte de passageiros. Estes bloqueios, que ocorrem com exagerada frequência, exigem a remoção dos veículos mal estacionados mediante a vinda de carros de reboque de São Pedro, em marcha-atrás, o que chega a demorar horas. No Verão passado, em articulação com a GNR, colocámos, em todas as curvas e estreitamentos da Calçada da Pena, pedras de grande dimensão e vedações em madeira para reduzir estes acidentes, mas isso diminuiu muito a capacidade de estacionamento a caminho dos Mouros e Pena.

2) Para resolver este problema sem estudos aprofundados sobre a acessibilidade a Sintra e à serra, que só de uma forma integrada e com a colaboração da autarquia serão possíveis, a solução encontrada consiste na colocação de detectores da passagem de veículos ao longo da Calçada da Pena, em secções apropriadas, e de painéis informativos que indiquem a existência, ou não, de lugares de estacionamento, e onde. Complementarmente, é necessário alargar o número de lugares de estacionamento e criar um parque alternativo para onde possam ser desviados os veículos que, à chegada à entrada da Calçada, não tenham, ao longo desta, estacionamento disponível. Este parque será colocado na Tapada do Mouco na fronteira com o Parque da Pena.

3) Para alargamento da capacidade de estacionamento na Calçada da Pena, a zona em frente à Casa da Lapa foi limpa e coberta com estilha das limpezas florestais em curso. Foram também realizadas duas aberturas no muro, que serão dotadas de portões: uma para entrada e outra, mais abaixo, para saída. É uma zona quase plana, que permitirá estacionar, entre as árvores a preservar (à parte de algumas infestantes, nenhuma árvore a preservar foi removida), cerca de 60 veículos.

4) O sistema de controlo do estacionamento na Calçada da Pena, descrito em 2, exige também que, se não houver lugares ao longo da Calçada (incluindo nos parques de estacionamento existentes e no novo) os automobilistas sejam avisados à entrada, sugerindo-se que usem um parque de estacionamento fora. Para isso seleccionámos uma zona da Tapada do Mouco perto do Parque da Pena, com entrada por portão sobre a EN247-3, a partir do qual será disponibilizado transporte até à entrada do Castelo dos Mouros ou do Parque da Pena. Este estacionamento, do mesmo tipo do descrito em 3., servirá também para apoio às visitas às obras do Chalet da Condessa (marcadas), que abrirão brevemente.»

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Percebemos a intenção da Parques de Sintra: é necessário garantir o acesso dos visitantes aos parques em condições aceitáveis e fazer alguma coisa face aos engarrafamentos e ao estacionamento caótico, e a solução foi a que se pode encontrar dentro das competências da empresa e não mais. Mas não podíamos estar mais em desacordo com ela. Achamos que vai encorajar a deslocação automóvel à Serra. Achamos que a Estrada e a Calçada vão-se tornar, ainda mais, vias para-urbanas de circulação intensa. Achamos que a congestão vai ser alargada à Estrada dos Capuchos e à Tapada do Mouco. Achamos, aliás, que vai ser alargada à Vila Velha e a São Pedro. Achamos que as deslocações a pé vão ser dificultadas. Achamos que as Tapadas não foram integradas no património público para serem desbastadas e receberem parques de estacionamento. Achamos que tudo isto contraria as opções estratégicas do Plano de Gestão da Paisagem Cultural de Sintra. Pior, achamos que contraria o carácter e a personalidade intrínsecos deste extremo oriental de Serra. Achamos que a expectativa de uma solução integrada de mobilidade em Sintra vai ser diminuída por esta má meia-solução. Achamos que a Parques de Sintra está em posição privilegiada para pressionar a letárgica Câmara Municipal a encontrar a solução integrada que admite ser necessária e achamos que devia fazê-lo – porque se esta é a melhor solução possível para a Parques de Sintra, é uma péssima solução para Sintra.

(Sobre este assunto, ver as notícias de ontem no Público e de hoje no Alagablogue)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

De cem em cem manhãs


Típico de uma tarde de verão com nortada é o capacete denso e fresco de nuvens sobre a Serra e o sol quente a brilhar em todo o planalto à volta. Muito mais rara é a imagem inversa, os picos em plena luz e, em baixo, o planalto nublado de branco luminoso. No ano passado, por esta altura e no mesmo local, tínhamos deparado pela primeira vez com uma visão semelhante e a sua estranheza deixou-nos eufóricos. Hoje de manhã - parece só acontecer nessa altura do dia - vimo-la de novo e trouxemo-la para aqui. Lá em baixo, cobertos, estão São Pedro, a Portela, o Algueirão e o norte do concelho até aos montes que emergem ao fundo, entre Mafra e a Malveira. São vistas a partir do caminho, descendo pela Tapada do Castelo para Santa Maria, vistas raras que só se vêm de cem em cem manhãs.




segunda-feira, 18 de maio de 2009

Maria João Gamito: «Sintra para além de Sintra ou o lugar como paisagem»


Na próxima quarta-feira, dia 20, às 18h30, irá decorrer no Palácio Valenças a conferência de Maria João Gamito, Sintra para além de Sintra ou o lugar como paisagem, integrada no III Curso de Sintra - Idade Contemporânea.

Maria João Gamito é Professora Associada com Agregação da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e Professora Associada Convidada do Departamento de Arquitectura do ISCTE. Desenvolve a sua actividade de investigação nas áreas científicas da Cultura Visual, da Teoria da Imagem e do Desenho. A convite do Ministério da Educação, é coordenadora e co-autora de programas pedagógicos do Ensino Artístico Especializado.

domingo, 17 de maio de 2009

Arbofilia e arbofobia


Na guerra complexa entre amor e ódio às árvores que por estas terras se trava, e estando nós bem alinhados do lado dos enamorados, gostamos por vezes de nos comparar com as culturas mais arbófilas em busca de encorajamento. Até há pouco tempo era necessário viajar para lá dos Pirenéus para nos apercebermos da muito maior importância da arborização urbana noutros locais deste continente, mas hoje podemos, sem sair de casa, sobrevoar cidades inteiras com olhos de satélite e ver até que ponto somos diferentes.

Resolvemos trazer para um pequeno apontamento comparativo a mais arborizada das capitais europeias, Berlim (em modo bird's eye do maps.live.com). Escolhemos um fragmento de um bairro médio da nossa metrópole – um bairro que está longe de se contar entre os nossos mais áridos, como, por exemplo, a Portela de Sintra, de bom desenho urbano com origem nos anos 40 do século passado. Depois procurámos, ao acaso, um fragmento indiferenciado da periferia de Berlim, de aparência próxima em desenho, densidade, tipologias, volumes e, até, como a Portela, com um campo de futebol.

Portela de Sintra (Lisboa)

Reinickendorf (Berlim)

Em Reinickendorf as árvores estão por todo o lado, em espaços públicos e privados, cobrindo a maior parte do espaço livre com as suas copas. Na Portela de Sintra, à excepção da mancha do jardim no topo, aliás desastrosamente podada este ano, a pobreza arbórea é confrangedora - veja-se como os dois campos de futebol são envolvidos, um de alcatrão, outro verde luxuriante! Mas tentemos resgatar-nos escolhendo um outro exemplo que nos possa ser mais favorável, olhando antes para Olivais Sul, um dos nossos bairros mais arborizados. Façamo-lo então acompanhar por um equivalente berlinense e desanimemos de novo: face à opulência das árvores da Siemensstadt, no meio das quais flutuam os edifícios, que rala e desgraçada parece a verdura dos Olivais.

Olivais Sul (Lisboa)

Siemensstadt (Berlim)

O que se passa com esses berlinenses, que não se passa connosco? Viverão numa cidade tão mais soalheira do que a nossa que não se podem dar ao luxo de dispensar a sombra das árvores? Serão um povo tão destemido que não teme nem mesmo o tamanho natural de uma árvore adulta? Terão desenvolvido uma secreta tecnologia de canalizações, alicerces e pavimentos que os imuniza contra ataque maléfico das raízes? Disporão de sarjetas e algerozes mágicos que resistem ao entupimento? Terão os seus sofisticados automóveis e as estóicas cabeças dos seus cidadãos uma protecção única contra o gotejar das “resinas” e a queda traiçoeira dos ramos? Terão os seus malfeitores abdicado de se albergar na sombra profunda das copas para espalhar a insegurança? Terão os seus genes miraculosos ganho um invencível poder anti-alérgico? Ou talvez, apenas, gostem os berlinenses de viver junto de árvores, e nós nem por isso.

sábado, 16 de maio de 2009

Outros ciprestes

Há dois outros grupos de ciprestes de que gostamos muito, mas dos quais não conseguimos as mesmas imagens nevoentas. Localizam-se em áreas opostas dos parques e têm tido sortes muito diferentes.

O primeiro sempre foi muito acessível e sempre o conhecemos razoavelmente cuidado: fica no extremo oriental do Parque da Pena e pode ser contornado pelos muros que acompanham o terreiro de Santa Eufémia e a nova estrada que lhe dá acesso. A Monografia descreve-os com admiração, identificando os exemplares mais visíveis, junto do limite do parque, como Cupressus Benthamii:




O segundo passou grande parte da sua vida escondido. Plantado atrás da hoje arruinada casa de guarda da Tapada do Mouco, perto do arco de ligação à Tapada da Pena, por volta de 1870 - assim nos diz a Monografia - , esteve no último meio século abandonado e separado da Estrada dos Capuchos por uma arborização densa. A desflorestação que aqui foi feita e a limpeza do ciprestal fizeram-nos redescobri-lo:




terça-feira, 12 de maio de 2009

Recinto di cipressi


Um bosque mágico na capa de um disco é pretexto para trazer aqui a edição recente de mais uma brilhante mas obscura ópera de Handel. Faramondo faz parte do grupo das últimas tentativas do compositor de manter o volúvel público londrino interessado na ópera italiana, o que lhe dá um certo tom crepuscular de canto do cisne. A música, pelo contrário, é do mais leve, irresistível e feliz. O absurdo extremo do libreto só lhe acrescenta encanto barroco. Quem foi que disse que nada há no mundo mais parecido com uma ópera de Handel do que outra ópera de Handel? É um dito de louvor: mais de 60 grandes obras dramáticas e nunca somos decepcionados. Handel é o elixir universal contra toda a ansiedade, música de fortuna e bem estar mesmo nos seus momentos de drama sombrio.

Há vários bosques mágicos em Handel. O de Faramondo é discreto e está implícito no espaço histórico da acção, os remotos reinos atlânticos do mito arturiano. Mas a referência directa surge logo na primeira cena onde, após uma abertura para desfalecer, o pano sobe sobre um «recinto di cipressi, dedicato alla vendetta, con ara nel mezzo, ed apparato di sacrifizio».

Pois bem, o nevoento domingo passado colocou na sua melhor luz os cipressi da Pena, na encosta do Palácio, à volta do Gigante ou no caminho da Cruz Alta: ciprestes-do-Buçaco, trazidos do México no século XVII e no Buçaco tornados Cupressus lusitanica, prontos para se tornarem cenário dos sons geniais de 1737, deslumbrando olhos e ouvidos três séculos passados.





sábado, 9 de maio de 2009

Sombras decapitadas

Voltamos às “podas”. Como nos recorda o Paulo em comentário no amor e outros desastres, as sombras que no verão refrescavam as ruas em volta da estação de Sintra desapareceram e deram lugar a mais uma deprimente e incompreensível colecção de cotos:




Por outro lado, a consequência imediata e visível de podas que ocorreram na Portela começa a poder ser confirmada, com os tufos de nova folhagem dos choupos negros a rebentar desesperadamente onde quer que possam, em busca de alimento, tendo por resultado seres enfraquecidos, disformes e desproporcionados:


Entretanto, ao mesmo tempo que deparámos com mais uma onda de devastação praticada neste concelho – "Massacre em Queluz", onde a última imagem é da destruição de um grupo magnífico de tipuanas, uma espécie de árvore que nunca tínhamos visto "podada"– tomámos conhecimento do ciclo de conferências que tem as Árvores por tema, acompanhado por um ciclo de formação para funcionários autárquicos. Eis as sessões que faltam (aqui, os detalhes do programa):

12 de Maio 14h00 às 17h30: “A poda das árvores ornamentais”
Dr. Francisco Coimbra (Árvores e Pessoas)

19 de Maio 14h00 às 17h30: “A importância das árvores em meio urbano”
Prof. António Fabião (Instituto Superior de Agronomia)

2 de Junho 14h00 às 17h30: “Que árvores para Sintra?”
Dr. Luís Pedrosa (Instituto Superior de Agronomia)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Boas vindas a um novo castanheiro


Do lado esquerdo da estrada, seguindo do Castelo para o portão da Pena, depois de passar o ponto de cota mais alta, em plena Tapada do Inhaca, há uma mancha de castanheiros - na Monografia, «é o chamado Castanhal da Rainha (...) castanheiros velhos, elevados e de belo porte». Continuam a viver imponentes após 50 anos, não sabemos se hoje em menor ou menos densa mancha. A área foi limpa e mostra-se talvez um pouco esparsa. Mesmo junto ao muro, solto da sombra dos exemplares mais antigos, cresce um castanheiro jovem que começa a querer mostrar-se. Numa manhã cedo em que o nevoeiro se dissipava, desejámos-lhe uma vida longa e demos-lhe as boas vindas.

sábado, 2 de maio de 2009

O Tanque de Seteais

O interior do Palácio de Seteais pode ter sido sujeito a obras de recuperação modelares, mas o belo tanque no extremo sul do parque foi simplesmente destruído, transformado em casa de máquinas, com um espelho de água como cobertura recordando o antigo uso. Se a alteração da função nos parece uma muito má ideia, os pormenores (pormenores finais?) são revoltantes. Um portão tipo corta-fogo-em-estacionamento-de-centro-comercial? Uma rede verde tipo galinheiro chique? Eis a desgostosa visão a partir da Estrada Velha de Colares:

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Obras pela Serra

Há já algumas semanas que decorriam obras em edifícios abandonados dos parques e tapadas públicas da Serra. Hoje vimos que foram colocadas placas identificadoras dos trabalhos e descobrimos que a Casa da Lapa, uma das duas antigas casas das Matas Nacionais na Calçada da Pena, junto ao início do caminho para Santa Eufémia, está a ser convertida em Centro de Acolhimento para Visitas Pedonais ao Castelo dos Mouros e Parque da Pena:


A Casa do Guarda do Portão dos Lagos será um Centro de Acolhimento de Visitantes da Zona dos Lagos e Feteira da Condessa:


Por fim, a Casa do Guarda do Castelo dos Mouros, na menos utilizada das três entradas da Tapada do Castelo, deverá tornar-se um Centro de Interpretação Ambiental:


As intervenções nos edifícios históricos são talvez das acções mais visíveis e mais unanimemente aplaudidas da nova gestão da Parques de Sintra e vemos com muita satisfação chegar a vez da recuperação dos "edifícios menores".

Entretanto, mais transformações, desta vez no coberto vegetal e ainda sem qualquer identificação, deixam-nos mais perplexos e motivam novo pedido de informação aos gestores dos parques. Uma, exactamente em frente da obra da Casa da Lapa, já na Tapada do Inhaca, consistiu numa abertura do muro, no corte de toda a vegetação rasteira e na cobertura do solo com madeira triturada:


Outra adjacente à Estrada da Pena, muito próxima do cruzamento para os Capuchos, um troço outrora em sombra profunda onde agora se pode ver um sério pedaço de desarborização: