segunda-feira, 22 de março de 2010

Obituário





Eucalyptus obliqua, plantado no dia do casamento de D. Fernando II com a Condessa d’Edla, a 10 de Junho de 1869, caído num dia incerto do Inverno de 2010, poucos meses antes de completar 141 anos.

Cresceu sobre a linha de água da Feteira da Condessa, resistiu ao ciclone de 1941 e, na década seguinte, com 85 anos, atingiu os 2 metros de diâmetro e os 40 de altura. Viveu num canto remoto onde não atraía atenções. Ainda assim, há sete anos, foi homenageado com uma placa que recordou a sua origem notável.

Eram necessárias cinco pessoas para abraçar o seu tronco, o mais grosso de todos os troncos da Pena. Ao tombar, devastou todo o pedaço de parque que se estendia no seu caminho, até os seus ramos mais altos tocarem as estufas arruinadas. Jaz atravessado de poente para nascente – o sentido para onde caiu. Enquanto o seu corpo colossal aí permanece, merece ser visitado uma última vez.

Agora, pode-se perguntar à Parques de Sintra qual o destino a dar ao monumento caído e o que fazer deste lugar. Porque não preservar uma secção do grande eucalipto no Chalet da Condessa? E porque não plantar um novo Eucalyptus obliqua no sítio exacto do antigo, esperando que viva, pelo menos, até ao meio do século que vem?

(notícias sobre este assunto no Fluir de Espumas, no Rio das Maçãs e no Beijo da Terra)

8 comentários:

  1. É uma pena, mas enfim, as árvores são como as pessoas.
    Eu voto na plantação de um outro exemplar da mesma espécie.

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  2. Eu tambem faco votos para que seja plantado um novo exemplar da mesma especie na Feteira da Condessa.
    Preservar uma seccao da arvore na Zona do Chalet da Condessa parece-me tambem uma boa ideia ou, talvez, dado que foi anunciada pela P.S.M.L. a construcao de um novo jardim adjacente ao Chalet, porque nao incluir este novo elemento, o grande tronco do "Obliqua" no concurso de ideias que estava previsto abrir entre engenheiros paisagistas para aquele espaco?
    emilia reis

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  3. É verdade Paulo, também cremos que são como as pessoas. Esta era como uma pessoa extraordinária, esperamos que tenha sucessora à altura.

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  4. A ideia da utilização deste tronco no novo jardim parece-nos bem, Emília. Sobretudo, gostávamos que se pudesse guardar o que fosse possível da memória deste Eucalipto Extraordinário.

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  5. De acordo quanto à ideia de o lenho sagrado do Oblíqua permanecer no parque.

    Já a possibilidade ultimamente tão alardeada de se franquearem os portões da Pena aos ditos concorrentes suscita-me as maiores reservas.

    Aqueles que não aspiram a inscrever no parque mais do que o discreto rasto das suas romagens anacronicamente meditabundas e enternecidas reclamam dois ou três honestos jardineiros que, com mão diurna e nocturna concorram para a regular conservação do verde — quiçá, ó utopia! ó miragem! supervisionados por um zeloso, sensato e tanto quanto possível conservador e anacrónico... silvicultor.

    António

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  6. António: a permanência parece ser consensual. Já em relação aos “concorrentes” há reservas por todo o lado – nós também a partilhamos. Também votamos sem hesitar no sivicultor “zeloso, sensato e tanto quanto possível conservador e anacrónico”!

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  7. Os votos de António e PV que também partilho, são, neste momento, uma utopia.
    O tempo do "Carvalho da Pena" é do passado.
    Os "concorrentes" vão entrar quer queiramos quer não, suponho, (não me constou que alguém os tenha contestado) e, por essa razão, só faço votos para que a memória do velho "Oblíqua" seja conservada no Parque da Pena com a dignidade a que tem direito.
    Não estou absolutamente segura de que isso vá acontecer.
    emília reis

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  8. Infelizmente, Emília, é segurança que também não temos. Mas vamos tentar ter uma resposta da PSML sobre este assunto.

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