sábado, 3 de abril de 2010

Um Pouco Mais de “Eucalyptus obliqua”

Um apontamento sobre o Eucalyptus obliqua da Pena: quis o acaso que no próprio dia da publicação da nossa mensagem sobre este assunto, na qual perguntávamos qual seria o destino da árvore caída, a Parques de Sintra publicasse esta notícia, afirmando que iria “estudar, após uma avaliação das causas da queda e da real idade da árvore, qual o melhor aproveitamento a dar ao tronco caído por forma a reforçar o significado do local.”

Agora, o Público divulga as intenções da Parques de Sintra, de acordo com voz de Nuno Oliveira: a árvore será analisada, para comprovar que se trata do exemplar plantado por D. Fernando II e pela Condessa d’Edla; foram recolhidas sementes para que se possa plantar um novo exemplar; a madeira será seca para utilização em projectos da empresa (esta última notícia apenas encontrámos na edição em papel).

Aplausos fortes para a recolha de sementes e plantação de novo exemplar. Aplausos condicionais para a utilização da madeira – falta-nos saber que tipo de projectos beneficiarão de um material tão carregado de história. Interrogação para a necessidade da comprovar a identidade deste eucalipto – pensávamos que era uma assunto que não levantava dúvidas. Quer isto dizer que o Eucalyptus obliqua de D. Fernando II e da Condessa d’Edla pode não ser este?

3 comentários:

  1. Nao deve haver muitas duvidas acerca da identidade do "Obliqua" agora caido. Alem de estar descrita a sua localizacao na Monografia do Prof.Mario de Azevedo Gomes foi tambem sinalizado naquele local pelo Eng. Jose de Oliveira, administrador do Parque da Pena durante muitos anos, antes da colocacao da placa que o identificou. O bisneto da Condessa, Eng. Joao Paulo de Azevedo Gomes, que tambem colaborou com seu pai na elaboracao da Monografia do Parque da Pena, esteve presente no local e foi fotografado junto dele em Junho de 2003.
    Existiu sim, um outro "obliqua" mais novo, que esta tambem descrito na Monografia, um pouco mais acima no caminho que leva ao Chalet numa meia laranja, "decepado" na decada de noventa ja na gerencia do Instituto de Conservacao da Natureza e cujo cepo ainda se encontra no local.
    emilia reis

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  2. Era para ter postado alguma coisa sobre a notícia do Público, mas estava na Serra da Estrela, sem acesso à net. De qualquer maneira, sabia que o anúncio de que se vai analisar a árvore não vos escaparia, pelo seu insólito.

    Na notícia publicada pela PSML, desagrada-me profundamente a maneira política (no pior sentido do termo)como se aproveita para anunciar um investimento de sei lá quantos milhares de euros no Jardim da Condessa — como se a queda do Oblíqua fosse um mal menor face à iminência de mais um avultado investimento.
    Tão desgradável como a necessidade de se escalpelizar a pobre árvore para determinar a sua real idade — não fosse a sua alegada história um mito.
    É que mitos e lendas, convenhamos, não ficam nada bem num parque romântico — e nada melhor que o bisturi da ciência para pôr a nu tais patranhas.

    Agora algo completamente diferente (ou talvez não...) — viram, também no Público do mesmo dia, a crónica do MEC sobre as ruínas do Alto da Vigia, na Praia das Maçãs?
    É alguma coisa estupenda. "As ruínas são o futuro".

    E ainda algo também completamente diferente (ou também talvez não...) — já foram ver o filme do Manuel Mozos?

    Abraço,

    António

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  3. Emília: obrigado pela informação; não sabíamos que o eucatipto decepado também era "obliqua". Quanto à investigação da identidade do exemplar agora caído, parece realmente bizarra, com tantos testemunhos que se conhecem.

    António: também reparámos nesse outro lado da notícia - aliás, o lado dominante - mas está bem dentro do espírito desta PSML, não? Muitos tropeções numa Sintra a duas dimensões.

    O MEC estava inspirado, nessa crónica das ruínas! E - muito a propósito - o Manuel Mozos já está anotado na nossa lista; será o nosso par na próxima dança.

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