quinta-feira, 9 de julho de 2009

Neuschwanstein, segunda parte

Imagem em Wikimedia Commons

Como esta fotografia demonstra, em Neuschwanstein os automóveis não estacionam debaixo do dossel da cama de Luís II da Baviera. Como sabemos, na Pena a ideia é, senão utilizar a mesa da sala de jantar para este efeito, encontrar lugares tão próximos quanto possível e apenas ligeiramente menos chocantes: por exemplo, porque não abrir uns espaços nas tapadas públicas envolventes e pôr uns milhares automóveis a cruzar a Serra até lá? Haverá porventura alguma solução melhor?

Talvez haja. Por exemplo, será que em Neuschwanstein, como na Pena, se conduz até ao alto da montanha do palácio e lá se larga o carro? Grande surpresa: não, os automóveis particulares não podem subir a Neuschwanstein. São obrigados a ficar no sopé, a cerca de dois quilómetros da entrada (a distância do Ramalhão à Pena são mil e oitocentos metros). Os parques de estacionamento distam entre cem e quinhentos metros de uma paragem onde um autocarro os transporta até perto do topo. Aí chegados, há mais seiscentos metros até à entrada. Alternativas? Carruagem puxada a cavalos (6,00 ida, 3,00 volta) ou subida a pé, em estrada onde apenas circulam as carruagens e os peões. Como em Sintra, há duas estradas que conduzem aos portões do palácio, mas numa delas não é necessário aspirar vapores petrolíferos (é verdade que em Sintra há um caminho parcialmente pedonal, via Castelo, mas demasiado violento para ser de utilização generalizada). E apesar de todas estas terríveis dificuldades de acesso, Neuschwanstein arrecada 1,3 milhões de visitantes por ano!

Querida Câmara Municipal de Sintra, querida Parques de Sintra – Monte da Lua: embirramos com as pessoas que se apequenam e babam constantemente com o que se faz e como se faz “lá fora” – gostamos de “cá dentro”, evitamos cócoras e cultivamos um certo amor próprio luso-local. Mas por esta vez, no que à mobilidade e circulação na Vila e na Serra diz respeito, por favor: façam como “lá fora”.

4 comentários:

  1. Conhece a imagem do Cavaleiro Sintram, que luta (qual S.Jorge) com o Dragão Alado numa das salas do Neuschwanstein?

    Faz lembrar o S.Jorge do vitral da Capela de Nossa Senhora, no Palácio. A diferença é que em Neuschwanstein o cavaleiro ainda luta com o dragão, enquanto que em Sintra já o controla, imobilizado pela sua lança, fixada na narina.

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  2. Não conhecemos a imagem do Cavaleiro, nem Neuschwanstein (recolhemos estas informações no mundo virtual). Mais indesculpável, não nos recordamos do São Jorge da Pena (a corrigir na próxima visita ao Palácio). Mas o Cavaleiro Sintram e (outra vez no mundo virtual - incluindo o seu poste de Setembro de 2007 sobre o assunto) a existência da novela de La Motte-Fouqué "Sintram e os seus companheiros", a que se junta o facto de se inspirar numa fascinante gravura de Dürer, despertou-nos muita curiosidade.

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  3. Fica prometido o envio da fotografia que recebi, directamente da Alemanha há uns anos e no próprio dia em que escrevi o e-mail ao serviço de relações públicas do castelo alemão. Curiosamente, a pessoa responsável era uma senhora portuguesa, que solicitou imediatamente a um dos guias uma fotografia da pintura.

    Quanto ao S.Jorge do vitral da Pena, eis o link para a imagem:

    http://parquedapena.no.sapo.pt/vitral_capela_palacio_pena.htm

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  4. Obrigado pelo link e antecipadamente obrigado pela foto alemã. Nós vamos tentar encontrar o Sintram literário, que, apesar de disponível na net (por exemplon em http://onlinebooks.library.upenn.edu/webbin/gutbook/lookup?num=2824), não é de leitura cómoda. Para leitura mais extensa preferimos o papel.

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