A Parques de Sintra vende por trinta e cinco euros um “Passe Visitante Frequente” que permite, durante um ano, a entrada livre no Parque da Pena, no Castelo dos Mouros, no Parque de Monserrate e no Convento dos Capuchos. É talvez o preço menos disparatado dos que actualmente aqui se cobram – mas este assunto tem que ser tema de poste autónomo. As alternativas económicas eram as entradas gratuitas para munícipes nas manhãs de domingo, muito limitadoras do dia e hora de visita, e o salto-do-muro, muito conveniente no que respeita a horários (vinte e quatro horas por dia!) mas que, naturalmente, só se permite aos cidadãos mal comportados. Acabámos assim por decidir experimentar o passe e aqui estamos hoje a comemorar a nossa primeira entrada na nova modalidade com uma homenagem à mais institucional das árvores do Parque.
A Thuja plicata da Feteira da Rainha Dona Amélia não só é uma árvore maravilhosa e fascinante como é universalmente – ou no pequeno universo sintrense – reconhecida como tal. Já figurou em desenho nos bilhetes de entrada no Parque e fazem-se muitas referências a ela neste mundo virtual em que nos encontramos. Sempre tendo para nós parecido evidente a qualidade de “estrela arbórea do parque” que a Tuia Gigante tinha estampada, descobrimos com curiosidade o desprezo (já registado pelo “Parque da Pena”) que lhe votava Mário de Azevedo Gomes há cinquenta anos:
«Foi dos exemplares mais perfeitos do Parque; sinto ter que dizer que não o é já hoje por falta de intervenção cultural conveniente (...) que teria evitado, feita a tempo, o desmandar-se a árvore, com perda da forma específica, cone de verdura densa, que lhe é própria. De facto, uma pernada crescida à vontade, para o lado oeste, tomou hoje tal desenvolvimento em detrimento do eixo principal, que para aquele lado toda a antiga simetria e regularidade estão perdidas (...) escangalhando a harmonia do conjunto.»
Será a nossa condição leiga, ou a nossa insensibilidade, que nos permite admirar o que para especialistas é uma deformidade intolerável? Não gostaríamos que as nossas romagens obrigatórias à Tuia Gigante fossem uma versão botânica e moderna das filas circenses à porta da Mulher Barbuda e do Menino de Duas Cabeças, mas foi exactamente a irregularidade desta árvore que a tornou tão carismática. Assim, mesmo correndo o risco de censura pública, aqui estão para nosso e vosso prazer culposo algumas imagens clássicas do monstro, com todo o horror dos seus membros desfigurados:
A Thuja plicata da Feteira da Rainha Dona Amélia não só é uma árvore maravilhosa e fascinante como é universalmente – ou no pequeno universo sintrense – reconhecida como tal. Já figurou em desenho nos bilhetes de entrada no Parque e fazem-se muitas referências a ela neste mundo virtual em que nos encontramos. Sempre tendo para nós parecido evidente a qualidade de “estrela arbórea do parque” que a Tuia Gigante tinha estampada, descobrimos com curiosidade o desprezo (já registado pelo “Parque da Pena”) que lhe votava Mário de Azevedo Gomes há cinquenta anos:
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«Foi dos exemplares mais perfeitos do Parque; sinto ter que dizer que não o é já hoje por falta de intervenção cultural conveniente (...) que teria evitado, feita a tempo, o desmandar-se a árvore, com perda da forma específica, cone de verdura densa, que lhe é própria. De facto, uma pernada crescida à vontade, para o lado oeste, tomou hoje tal desenvolvimento em detrimento do eixo principal, que para aquele lado toda a antiga simetria e regularidade estão perdidas (...) escangalhando a harmonia do conjunto.»
Monografia do Parque da Pena, p. 261
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Será a nossa condição leiga, ou a nossa insensibilidade, que nos permite admirar o que para especialistas é uma deformidade intolerável? Não gostaríamos que as nossas romagens obrigatórias à Tuia Gigante fossem uma versão botânica e moderna das filas circenses à porta da Mulher Barbuda e do Menino de Duas Cabeças, mas foi exactamente a irregularidade desta árvore que a tornou tão carismática. Assim, mesmo correndo o risco de censura pública, aqui estão para nosso e vosso prazer culposo algumas imagens clássicas do monstro, com todo o horror dos seus membros desfigurados:
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