sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Descendo ao Luso

Descendo ao Luso podíamos encontrar muitos motivos de encantamento, mesmo com a má gestão urbanística das últimas décadas que o Luso partilha com o resto do país. As termas (degradadas mas, ao que parece, em vias de recuperação) e o núcleo de edifícios do início do século XX seriam suficientes para lhe vincar o carácter. O Grande Hotel de 1940 (um Cassiano Branco em cujas varandas se pode acenar e dar vivas ao Sr. Presidente do Conselho) domina a vila e faz muito boa figura.

Mas foi o desastre do tratamento da arborização pública que acabou por nos prender a atenção. Como é habitual, também aqui reina a popular espécie anã dos plátanos mutilados. No entanto, o que mais nos chocou foi a recentemente (bem) remodelada Avenida Emídio Navarro, que poderia vir a ser uma magnífica alameda de tílias. Os jovens exemplares plantados, no entanto, já sofreram a exigida poda vivificante, a primeira de muitas, e estão condenados a nunca se tornarem verdadeiras árvores.



Caso viessem a tornar-se árvores, como estes castanheiros-das-índias foram em tempos, algum iluminado iria lembrar-se de os reduzir a cotos moribundos, para melhor enquadramento urbano, para benefício da saúde pública, para protecção da propriedade privada, ou por qualquer outra razão igualmente nobre.

2 comentários:

  1. brrrr...prossegue o pesadelo. Será que não há (vulgo) «responsáveis» neste país que leiam este blogue?!

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  2. Pois é, antuérpia, é uma epidemia de combate muito difícil. Ou talvez seja um defeito genético da nossa cultura. Temos de encontrar o cromossoma responsável e dar-lhe um safanão!

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