Congratulamo-nos com o restauro (ainda não completamente terminado) do Palácio de Seteais – propriedade da cadeia Tivoli Hotels & Resorts. O que não compreendemos é porque é que dessa recuperação resultou o arranque das glicínias que cresciam ao longo das paredes laterais da rampa de acesso ao miradouro central.
De facto, não estando estas em nenhuma das fachadas nobres (ou, sequer, menos nobres) do palácio mas crescendo, simplesmente, em dois muros de suporte não vislumbramos qualquer razão objectiva para esta abrupta eliminação. Em vez delas, apenas calçada e paredes imaculadamente pintadas. No entanto, do lado de lá de um dos muros, surgiu uma complexa (e bem visível) maquinaria metálica – que acreditamos necessária ao funcionamento do hotel. Mas necessárias eram também as glicínias que ali existiam.
Talvez o corte das glicínias do miradouro de Seteais pareça a muitos – a começar pela direcção do hotel, os autores do projecto de restauro ou a Câmara Municipal que licenciou a obra – um pormenor sem grande significado ou importância. A verdade, porém, é que Sintra é feita destes pormenores. Mesmo quando, como aqui em Seteais, ela parece ter uma dimensão monumental, a sua grandeza é o resultado de uma sábia mistura entre arquitectura e paisagem, natureza e artifício, intenção e surpresa. Basta olhar para as fotografias que apresentamos para perceber o óbvio: o miradouro de Seteais ficou mais pobre. Como mais pobre ficou, por isso, Sintra. Tal como nós, impossibilitados doravante de ver florir as glicínias em Seteais.
Ficou asséptico e sem graça nenhuma. Porque a graça era dada pelas glicínias e pela vinha virgem que antes rodeava as colunas das estátuas.Agora tem qualquer coisa de cemitério...
ResponderEliminar...e de cemitério alentejano. Que fica magnífico no Alentejo mas despropositado na encosta norte da Serra de Sintra.
ResponderEliminarEste fim de semana fui a Seteais, e fiquei boquiaberta!
ResponderEliminarNo terraço do bar, que fica em frente à piscina, com árvores enormes e centenárias, lindissimas, aconteceu o impensável: quizerem cobrir o terraço para fazer sombra e cortaram todas as enormes copas das árvores, para conseguirem passar os toldos, ficando troncos grossissimos, com mais de 2 metros de altura, sem cabeça.
Pergunto se não haveria forma de fazer passar os toldos pelo meio das copas das árvores?Fiquei desolada com os troncos, vigorosos e cheios de vida, cujos ramos não voltarão a crescer. Que crime!
Irei fazer uma queixa por escrito à entidade competente.
Que ideia tão triste e descabida...
Obrigado pela informação. Vamos a Seteais verificar essa má notícia.
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