quinta-feira, 2 de julho de 2009

Lago Maior de vez

Imagem no Flickr

Aqui está um postal ilustrado de uma entrada nos Alpes: uma nesga de Santa Caterina del Sasso pendurada sobre o Lago Maior. Na entrada central do Parque da Pena não existe nenhum antigo convento dominicano-carmelita, mas antes um castelo onde até há dois anos reinavam patos, cisnes e aves afins. A água do seu lago desapareceu entretanto, e as aves com ela.

Sempre foi para nós intrigante a razão porque os engenheiros de D. Fernando II tinham conseguido construir um lago estanque tão durável enquanto a tecnologia do século XXI parecia incapaz de manter seguras aquelas águas por mais que alguns dias. Assistimos ao encher e vazar alternado do lago, que permanecia a maior parte do tempo uma cova escura coberta de telas amarrotadas, com aparência de petróleo derramado, e um castelo desabitado no meio de lama e folhas mortas. Era um dos fracassos da Parques de Sintra com explicação difícil. E uma perda grande para os patos destronados e para as fotografias de domingo.


Desde há poucas semanas que o Lago Maior (aliás, Lago de São Martinho) pode ser visto de novo a transbordar – agora de vez, segundo os optimistas – com os seus mais de cinquenta metros de comprimento, um pouco abaixo dos cinquenta quilómetros do homónimo italiano. Conta, no entanto, com um castelo que está pronto para a restauração do reino dos patos e dos cisnes, enquanto que Santa Caterina perdeu os seus frades e hoje só pode aspirar a ser passeio de muitos turistas, pouco tempo cada um.

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