Após a Rua das Murtas, subindo pela Rua Eduardo Van Zeller, está esta pedra e esta data gravada junto ao chão, três anos antes do ano de nascimento de Cristina Campo, e aqui está este terceiro poema contendo o nome “Outubro”:
*
CANÇÃOZINHA INTERROMPIDA
Debaixo do primeiro Outubro
a maré de folhas
à angélica noite
retinha o pé
Não vistas caíam
(lá tudo era furtivo),
lenta soletrava runas
ao plenilúnio uma figueira.
Desfiava do teu sonho
um gato suas cabalas,
varanda incomparável,
doce Fim do Mundo.
Só a veemente
minha hora lacerava
sobre o cancelo as rosas...
E derrubada uma estátua
talvez mordia – ao turbilhão
daquele voo – o Outono,
travesseiro de musgo
...
Cristina Campo
Trad. José Tolentino Mendonça
CANÇÃOZINHA INTERROMPIDA
Debaixo do primeiro Outubro
a maré de folhas
à angélica noite
retinha o pé
Não vistas caíam
(lá tudo era furtivo),
lenta soletrava runas
ao plenilúnio uma figueira.
Desfiava do teu sonho
um gato suas cabalas,
varanda incomparável,
doce Fim do Mundo.
Só a veemente
minha hora lacerava
sobre o cancelo as rosas...
E derrubada uma estátua
talvez mordia – ao turbilhão
daquele voo – o Outono,
travesseiro de musgo
...
Cristina Campo
Trad. José Tolentino Mendonça
lindíssimo poema, lindíssima foto, lindíssima correlação: ah este Outubro quase a finar-se.
ResponderEliminar...mas a finar-se morno, a fazer-se passar por Setembro. Esta noite vamos dar mais por ele, quando for noite às seis da tarde.
ResponderEliminarJá foi mesmo noite às seis da tarde, que eu bem vi...e não gostei. No mais, subscrevo o comentário da Io, i-n-t-e-g-r-a-l-m-e-n-t-e.
ResponderEliminarPois nós por este lado estamos divididos entre quem detesta o anoitecer cedo e quem acha que melhor que noite às seis só mesmo noite às cinco.
ResponderEliminarVós sois impagáveis! ;-)
ResponderEliminarbeijinhos