Com flores despertadas num baldio pela chuva de Outubro e com o último dia de Outubro fecham-se os poemas com Outubro no nome:
*
VERÃO INDIANO
Outubro, flor do meu perigo –
primavera derramada pelos rios.
Ora me é indiferente até à morte
– o acero tem o voo quebrado, os fogos trazem tanto fumo –
ora o terror de existirem me afronta
radioso, como o astro vermelho.
Tudo é já sabido, a maré prevista
e porém tudo se obscurece e aclara
com fresca desesperação, com extraordinário
firmeza...
A luz entre duas chuvadas, sobre a ponta
do rio que me trespassa entre corpo
e alma, é uma luz da noite
– a noite que não verei –
clara nas selvas.
Cristina Campo
Trad. José Tolentino Mendonça
VERÃO INDIANO
Outubro, flor do meu perigo –
primavera derramada pelos rios.
Ora me é indiferente até à morte
– o acero tem o voo quebrado, os fogos trazem tanto fumo –
ora o terror de existirem me afronta
radioso, como o astro vermelho.
Tudo é já sabido, a maré prevista
e porém tudo se obscurece e aclara
com fresca desesperação, com extraordinário
firmeza...
A luz entre duas chuvadas, sobre a ponta
do rio que me trespassa entre corpo
e alma, é uma luz da noite
– a noite que não verei –
clara nas selvas.
Cristina Campo
Trad. José Tolentino Mendonça
Enquanto as malfadadas Mobys não desinsuflam, deliciemo-nos com estes Outubros - este mesmo no finalzinho do dito, não é? :)
ResponderEliminarÉ verdade, antuérpia. Um par de horas mais e lá tinha que se deixar este "Verão Indiano" para 2010. As Mobys, infelizmente, continuam de boa saúde.
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